PGR pede a prisão de Carla Zambelli Parlamentar deixou o Brasil após condenação no STF e disse que pedirá afastamento; há pedido de inclusão do nome dela na lista da Interpol

Publicação: 04/06/2025 03:00

Bolsonarista foi condenada pelo STF a 10 ano de prisão (VINICIUS LOURES/CÂMARA DOS DEPUTADOS)
Bolsonarista foi condenada pelo STF a 10 ano de prisão
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) prisão preventiva e inclusão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de procurados da Interpol. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes ontem, após a parlamentar informar publicamente que deixou o Brasil e está nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Europa.

Zambelli afirmou, em entrevista a um canal no YouTube, que viajou para realizar um tratamento de saúde e que pretende solicitar licença do mandato parlamentar. A deputada não revelou o destino final, mas disse que permanecerá na Europa por tempo indeterminado.

Zambelli foi condenada pelo STF no mês passado a uma pena de 10 anos de prisão, além do pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos. O processo envolve a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Atualmente, o caso está em fase de recurso.

No pedido enviado ao STF hoje, a PGR destacou que a medida não se trata de antecipação do cumprimento da pena, mas de uma prisão cautelar “com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal”, conforme trecho do documento oficial.

“INTOCÁVEL”

A deputada afirmou ser “intocável” na Itália. Zambelli afirmou que está nos EUA atualmente para realizar tratamentos médicos, mas seguirá rumo à nação europeia ainda nesta semana. Ela planeja morar inicialmente em Roma e, depois, no interior do país.

“Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, por que sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda”, disse, entrevista à CNN Brasil. “Se eu tenho passaporte italiano, eles podem colocar a Interpol atrás de mim, mas não me tiram da Itália.” “Não há o que possam fazer para me extraditar de um país que eu sou cidadã”, disse. (Correio Braziliense e Estadão Conteúdo)