Fred figueiroa
Publicação: 02/12/2014 03:00
O X da Sul-americana
Minutos depois da derrota para o Bahia anular completamente a chance de classificação do Grêmio para a Libertadores, o técnico Luiz Felipe Scolari falou, de forma bem confusa, sobre a importância de ainda buscar a vitória na última rodada do Brasileiro: "A gente pode tentar entrar na Copa do Brasil mais tarde e ainda teremos a Sul-Americana no segundo semestre". A declaração do experiente treinador expõe o desconhecimento - ou, no mínimo, dificuldade de entendimento - em torno do regulamento que há três temporadas interliga a Sul-americana e a Copa do Brasil. Não é só Felipão. O mesmo se aplica a imensa maioria dos técnicos, jogadores, dirigentes, jornalistas esportivos e torcedores.
Lógico que no momento em que quase ninguém entende os critérios de classificação, o problema está no regulamento. Este, por sinal, talvez seja um dos piores já implantados no futebol nacional e o mais impressionante é que, durante um bom tempo, passou despercebido de muita gente. Em Pernambuco, muitos só "despertaram" para um dos absurdos da nova regra quando o rebaixado Sport herdou uma vaga na Sul-americana de 2013. Parte do país, no entanto, seguiu e segue aérea em relação aos detalhes do regulamento lançado em agosto de 2012. E que até hoje causa "surpresas".
Depois de mais de dois anos criticando este verdadeiro Frankestein criado pela CBF e TV Globo - cuja intenção principal era ter jogos decisivos dos "grandes" nas noites de quarta-feira durante toda a temporada - agora já cabem críticas também aos profissionais do futebol que ainda não se preocuparam em ler e estudar todas as possibilidades do regulamento que, por pior que seja, está em vigor desde 2012 e já interferiu diretamente em três temporadas.
O próprio Sport, que já conviveu diretamente com as consequências da nova regra, comportou-se ontem como o "último a saber" da vaga conquistada para a Sul-americana 2015. A classificação foi garantida com a derrota do Goiás para o Atlético/PR na noite de domingo e, ao meio dia de ontem, ainda havia dirigente dizendo na rádio: "Estão dizendo que já estamos classificados". Por "estão dizendo", entenda a reportagem publicada no início da manhã no site do Superesportes e, depois, repercutida em outros sites.
O "detalhe" que garantiu a classificação do Sport é o mesmo que causou a confusão na cabeça de Felipão. Como o Brasil só terá cinco clubes na Libertadores de 2015, o 5º colocado desta Série A já está automaticamente garantido nas oitavas de final da Copa do Brasil e, como todos já sabem (ao menos eu espero!), os times que disputam as oitavas da Copa do Brasil estão, obrigatoriamente, fora da Sul-americana. É uma situação bem surreal. Entre Fluminense (61) e Grêmio (60), quem terminar a Série A na frente, estará fora da Libertadores e também da Sul-americana. A única compensação é largar nas oitavas da Copa do Brasil - que só começa em agosto.
E não será a primeira vez que esta "exceção" acontece. Foi assim com o Vasco, 5º colocado em 2012. Aliás, foi exatamente por isso que o rebaixado Sport acabou ficando com a 8ª vaga. E, na verdade, sequer cabe o termo "exceção". Será assim sempre que um clube brasileiro não vencer a Libertadores.
Ter o pleno domínio do regulamento, inclusive, poderia fazer com que o Sport tivesse um maior estímulo em pontuar nesses últimos jogos na Série A (ao contrário da displicência mostrada domingo em Criciúma). Quanto melhor a classificação final, maior a chance de se tornar o "Brasil 1" na Sul-americana e, assim, enfrentar o modesto Brasília (campeão da Copa Verde) na 1ª fase da competição. Hoje o time rubro-negro é o "Brasil 5", mas a tendência é que ganhe posições à medida que os times que estão à sua frente na Série A se classifiquem às oitavas da Copa do Brasil do ano que vem.
Minutos depois da derrota para o Bahia anular completamente a chance de classificação do Grêmio para a Libertadores, o técnico Luiz Felipe Scolari falou, de forma bem confusa, sobre a importância de ainda buscar a vitória na última rodada do Brasileiro: "A gente pode tentar entrar na Copa do Brasil mais tarde e ainda teremos a Sul-Americana no segundo semestre". A declaração do experiente treinador expõe o desconhecimento - ou, no mínimo, dificuldade de entendimento - em torno do regulamento que há três temporadas interliga a Sul-americana e a Copa do Brasil. Não é só Felipão. O mesmo se aplica a imensa maioria dos técnicos, jogadores, dirigentes, jornalistas esportivos e torcedores.
Lógico que no momento em que quase ninguém entende os critérios de classificação, o problema está no regulamento. Este, por sinal, talvez seja um dos piores já implantados no futebol nacional e o mais impressionante é que, durante um bom tempo, passou despercebido de muita gente. Em Pernambuco, muitos só "despertaram" para um dos absurdos da nova regra quando o rebaixado Sport herdou uma vaga na Sul-americana de 2013. Parte do país, no entanto, seguiu e segue aérea em relação aos detalhes do regulamento lançado em agosto de 2012. E que até hoje causa "surpresas".
Depois de mais de dois anos criticando este verdadeiro Frankestein criado pela CBF e TV Globo - cuja intenção principal era ter jogos decisivos dos "grandes" nas noites de quarta-feira durante toda a temporada - agora já cabem críticas também aos profissionais do futebol que ainda não se preocuparam em ler e estudar todas as possibilidades do regulamento que, por pior que seja, está em vigor desde 2012 e já interferiu diretamente em três temporadas.
O próprio Sport, que já conviveu diretamente com as consequências da nova regra, comportou-se ontem como o "último a saber" da vaga conquistada para a Sul-americana 2015. A classificação foi garantida com a derrota do Goiás para o Atlético/PR na noite de domingo e, ao meio dia de ontem, ainda havia dirigente dizendo na rádio: "Estão dizendo que já estamos classificados". Por "estão dizendo", entenda a reportagem publicada no início da manhã no site do Superesportes e, depois, repercutida em outros sites.
O "detalhe" que garantiu a classificação do Sport é o mesmo que causou a confusão na cabeça de Felipão. Como o Brasil só terá cinco clubes na Libertadores de 2015, o 5º colocado desta Série A já está automaticamente garantido nas oitavas de final da Copa do Brasil e, como todos já sabem (ao menos eu espero!), os times que disputam as oitavas da Copa do Brasil estão, obrigatoriamente, fora da Sul-americana. É uma situação bem surreal. Entre Fluminense (61) e Grêmio (60), quem terminar a Série A na frente, estará fora da Libertadores e também da Sul-americana. A única compensação é largar nas oitavas da Copa do Brasil - que só começa em agosto.
E não será a primeira vez que esta "exceção" acontece. Foi assim com o Vasco, 5º colocado em 2012. Aliás, foi exatamente por isso que o rebaixado Sport acabou ficando com a 8ª vaga. E, na verdade, sequer cabe o termo "exceção". Será assim sempre que um clube brasileiro não vencer a Libertadores.
Ter o pleno domínio do regulamento, inclusive, poderia fazer com que o Sport tivesse um maior estímulo em pontuar nesses últimos jogos na Série A (ao contrário da displicência mostrada domingo em Criciúma). Quanto melhor a classificação final, maior a chance de se tornar o "Brasil 1" na Sul-americana e, assim, enfrentar o modesto Brasília (campeão da Copa Verde) na 1ª fase da competição. Hoje o time rubro-negro é o "Brasil 5", mas a tendência é que ganhe posições à medida que os times que estão à sua frente na Série A se classifiquem às oitavas da Copa do Brasil do ano que vem.