Feras ao mar Depois de fase classificatória local, a elite do surfe mundial entra na água de Pipeline hoje. Gabriel Medina inicia remadas para o título inédito

Publicação: 10/12/2014 03:00

Pico de Pipeline, no Havaí, teve um dos dias de maior crowd na semana ontem antes da etapa classificatória (MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)
Pico de Pipeline, no Havaí, teve um dos dias de maior crowd na semana ontem antes da etapa classificatória
A expectativa é cada vez maior. Gabriel Medina tenta controlar as emoções, mas a vontade de ir para a água é enorme. A hora é de ter paciência. Buscar a tranquilidade para não perder a concentração num momento crucial. Em Pipeline, no Havaí, etapa tradicionalíssima do circuito, ele pode se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe. Busca isso a partir de hoje. Após o adiamento em um dia, ontem aconteceu a classificatória que reuniu apenas surfistas locais, valendo duas vagas na chave principal. Com essa definição, agora, é hora dos grandes irem para a mar.

E se tranquilidade era o que Medina queria, e precisava, em Pipeline ele está encontrando. O surfista revelou que no Havaí o assédio é bem menor do que na última etapa, em Portugal, ou em casa, no Brasil. O brasileiro lembra que mal conseguia andar nas areias, tamanha procura dos fãs, cada vez maior, impulsionada pela possibilidade do título inédito. “Agora foi a vez em que eu mais percebi isso. Foi um impacto. Muitos fãs, mídia, tudo aumentou. Sei que isso é resultado do meu trabalho e do que eu tenho feito”, afirmou.

Privacidade

Quem chega em frente à casa onde Medina está hospedado em Banzai Beach encontra um aviso escrito de caneta preta em uma folha de papel branca, pelo padrasto do surfista. Um recado para jornalistas e “amigos”, pedindo privacidade e ressaltando a importância do sossego neste momento. “Por favor, amigos e jornalistas, não entrem na casa. Não insistam. Obrigado por nos respeitarem nesse momento importante. Precisamos de sua ajuda”.

Medina divide a casa na beira mar de Banzai Beach com outros surfistas que compartilham o mesmo patrocinador. Não há hotéis próximos ao local de competição, o que faz com que os patrocinadores busquem casas para hospedar seus surfistas. O brasileiro, por sinal, divide a moradia temporária com um de seus principais adversários pelo título, o australiano Mick Fanning. A relação dos dois, que um dia foi de fã (o brasileiro) e ídolo, hoje é de amizade.