A última cartada da CBF Punido com quatro jogos de suspensão, Neymar está fora da Copa América. Defesa quer diminuir a pena e deixar o atacante apto para disputar uma eventual final

Publicação: 20/06/2015 03:00

Segundo relatado na súmula do jogo contra a Colômbia, atacante esperou o árbitro na porta do vestiário para xingá-lo (NELSON ALMEIDA/AFP)
Segundo relatado na súmula do jogo contra a Colômbia, atacante esperou o árbitro na porta do vestiário para xingá-lo
Neymar foi suspenso ontem por quatro jogos pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol devido à expulsão no jogo entre Brasil e Colômbia, o que significa que hoje ele está fora da Copa América. Também foi multado em US$ 10 mil. A CBF vai recorrer. Se tiver sucesso, a punição cairá para três partidas. Ou seja, ele só poderia jogar a final, caso a seleção se classifique. Outra opção seria entrar com pedido de efeito suspensivo.

A apelação da CBF pode ser feita a partir do momento em que forem publicados os fundamentos da decisão. A publicação será feita hoje. “Então, teremos 24 horas para recorrer. Foi uma penalidade forte, violenta, que foge aos padrões de outras decisões”, disse o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes. “É um tribunal novo (o Disciplinar da Conmebol existe desde 2012), que exacerbou na pena, maior inclusive que as da Uefa”.

Pesou na severidade da pena o fato de Neymar, após ter sido expulso pelo chileno Enrique Osses depois do final da partida, ter esperado o árbitro na porta do vestiário para xingá-lo. “Essa é uma atitude gravíssima. Não se pode admitir esse tipo de agressão ao árbitro”, disse o boliviano Alberto Lozada, que participou da decisão. A ofensa foi relatada por Osses na súmula.

Ele reconheceu que a punição foi dura. “Por isso, ele deve procurar ter mais tranquilidade daqui para frente”. O boliviano disse que a proposta inicial foi de suspensão por cinco jogos.

Apenas Lozada e o uruguaio Adrian Leiza participaram da decisão. O brasileiro Caio César Rocha, presidente do tribunal, e o colombiano Orlando Morales não atuaram por ter jogadores de seus países envolvidos (Bacca pegou dois jogos) e o chileno Carlos Tapia porque o árbitro da partida foi seu compatriota Osses.

A CBF havia pedido a absolvição de Neymar sob a alegação de que ele foi provocado por adversários e até por um auxiliar de arbitragem. Agora vê com bons olhos até a redução para três jogos. “Qualquer redução que vier vai beneficiar”, entendeu Carlos Eugênio Lopes.