por Fred Figueiroa
Publicação: 01/11/2017 03:00
Mudança de canal
A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial do futebol em 2013, após um milionário acordo judicial entre a Liga do Nordeste e a CBF, que precisou recuar após a pesada indenização devido à retirada forçada do torneio em 2003 – ocorrendo apenas sub judice. Nesta volta, o Esporte Interativo pôde aplicar o seu contrato de dez anos, valendo até 2022. O canal detém todos os direitos de transmissão, sub licenciando desde 2013 para a Rede Globo apenas o sinal aberto. Especificamente para as três principais praças da região: Recife, Salvador e Fortaleza. No entanto, como já era esperado, a Globo - que trava uma batalha direta de mercado com o Esporte Interativo pelos direitos de transmissão da Série A a partir de 2019 - não quis renovar o contrato para 2018 em um movimento que está diretamente relacionado com a ruptura do Sport e - indiretamente - com a redução de datas do torneio regional, perdendo espaço para o Pernambucano nos primeiros meses do ano. Assim, a Copa do Nordeste terá suas fases decisivas intercaladas com o Brasileiro e dividindo as atenções com a Copa do Mundo. A final do Nordestão, por exemplo, será no mesmo dia da semifinal do Mundial da Rússia.
Parceria
O Leão é o clube que recebe o maior investimento da emissora no Nordeste (teve contrato ampliado em tempo e valores, renovado até 2024), sobretudo com a decisão de Bahia e Vitória em assinar com o Esporte Interativo para os jogos na TV fechada do Brasileiro a partir de 2019. Nos bastidores, todos já sabiam que o acordo com a Rede Globo foi a base de sustentação da decisão do clube rubro-negro em ir para a linha de frente no rompimento com a Liga do Nordeste - tentando em vão formar um bloco dissidente da competição. A primeira ideia era criar um outro torneio, mais curto e com um número menor de equipes. Havia costuras adiantadas com Santa Cruz e Náutico, mas sem a adesão de nenhum outro clube dos outros estados, os rivais pernambucanos priorizaram seus interesses e urgências financeiras (com plena razão, diga-se de passagem) e abandonaram o barco - deixando o Sport isolado.
O desembarque da Globo
Meses depois do anúncio oficial do Sport de saída da Copa do Nordeste veio a confirmação de que a Globo também está oficialmente fora da competição. Se a saída do rubro-negro do Recife conseguiu ser contornada pela Liga (sobretudo por ter aberto vaga para o Santa Cruz na fase principal e o Náutico nas eliminatórias, mantendo a praça do Recife inserida no torneio), o desembarque da Rede Globo se transforma em golpe duro na visibilidade e, consequentemente, no potencial de mercado do torneio. E esta conta vai muito além das transmissões - que devem ter um significativo e natural impacto de redução de audiência. Como é de costume nos torneios em que não possui direito de transmissão, a cobertura da Globo em seu noticiário esportivo tende a ser muito menor. Em 2013, por exemplo, os gols das partidas sequer eram exibidos nos programas nacionais - como Fantástico e Globo Esporte.
Redução de danos
Pressionada durante o movimento de ruptura do Sport (que ficou muito perto de englobar os três grandes clube do Recife e tirar uma fatia de mercado que deixaria um dano irreversível) o EI - responsável pelas transmissões na TV por assinatura, internet e parabólicas - garantiu a manutenção da cota de participação acordada para a 15ª edição, de R$ 22,4 milhões, fora o custeio com viagens e hospedagens dos clubes e as taxas de arbitragem. Para diminuir o peso dos custos, precisaria de aporte e de um novo parceiro na tv aberta. Após meses de articulação, acabou fechando com o SBT, há tempos fora do universo esportivo em sua grade. Se perde de forma significativa em volume de audiência nos três maiores mercados da região (Recife, Salvador e Fortaleza), a mudança para o SBT garante a exibição dos jogos nas terças à noite e sábados à tarde para oito dos nove estados da região. Apenas Sergipe não tem uma afiliada da emissora.
Em Pernambuco
A TV Jornal assume o torneio deixado pela Globo Nordeste, que passou 8 das últimas 10 edições (2000, 2001, 2002, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017). Embora tenha raras incursões no futebol, a TV Jornal tem em seu histórico o último jogo do Brasileirão de 1987, entre Sport e Guarani, retransmitido para todo o país. Será curioso ver, depois de tanto tempo, a concorrência interna, com a Globo passando o Campeonato Pernambucano em 15 datas (de 21/01 a 08/04) e a TV Jornal transmitindo a Copa do Nordeste em 12 datas (de 17/01 a 10/07). O ano será um termômetro sobre a força do Nordestão à parte canal.
A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial do futebol em 2013, após um milionário acordo judicial entre a Liga do Nordeste e a CBF, que precisou recuar após a pesada indenização devido à retirada forçada do torneio em 2003 – ocorrendo apenas sub judice. Nesta volta, o Esporte Interativo pôde aplicar o seu contrato de dez anos, valendo até 2022. O canal detém todos os direitos de transmissão, sub licenciando desde 2013 para a Rede Globo apenas o sinal aberto. Especificamente para as três principais praças da região: Recife, Salvador e Fortaleza. No entanto, como já era esperado, a Globo - que trava uma batalha direta de mercado com o Esporte Interativo pelos direitos de transmissão da Série A a partir de 2019 - não quis renovar o contrato para 2018 em um movimento que está diretamente relacionado com a ruptura do Sport e - indiretamente - com a redução de datas do torneio regional, perdendo espaço para o Pernambucano nos primeiros meses do ano. Assim, a Copa do Nordeste terá suas fases decisivas intercaladas com o Brasileiro e dividindo as atenções com a Copa do Mundo. A final do Nordestão, por exemplo, será no mesmo dia da semifinal do Mundial da Rússia.
Parceria
O Leão é o clube que recebe o maior investimento da emissora no Nordeste (teve contrato ampliado em tempo e valores, renovado até 2024), sobretudo com a decisão de Bahia e Vitória em assinar com o Esporte Interativo para os jogos na TV fechada do Brasileiro a partir de 2019. Nos bastidores, todos já sabiam que o acordo com a Rede Globo foi a base de sustentação da decisão do clube rubro-negro em ir para a linha de frente no rompimento com a Liga do Nordeste - tentando em vão formar um bloco dissidente da competição. A primeira ideia era criar um outro torneio, mais curto e com um número menor de equipes. Havia costuras adiantadas com Santa Cruz e Náutico, mas sem a adesão de nenhum outro clube dos outros estados, os rivais pernambucanos priorizaram seus interesses e urgências financeiras (com plena razão, diga-se de passagem) e abandonaram o barco - deixando o Sport isolado.
O desembarque da Globo
Meses depois do anúncio oficial do Sport de saída da Copa do Nordeste veio a confirmação de que a Globo também está oficialmente fora da competição. Se a saída do rubro-negro do Recife conseguiu ser contornada pela Liga (sobretudo por ter aberto vaga para o Santa Cruz na fase principal e o Náutico nas eliminatórias, mantendo a praça do Recife inserida no torneio), o desembarque da Rede Globo se transforma em golpe duro na visibilidade e, consequentemente, no potencial de mercado do torneio. E esta conta vai muito além das transmissões - que devem ter um significativo e natural impacto de redução de audiência. Como é de costume nos torneios em que não possui direito de transmissão, a cobertura da Globo em seu noticiário esportivo tende a ser muito menor. Em 2013, por exemplo, os gols das partidas sequer eram exibidos nos programas nacionais - como Fantástico e Globo Esporte.
Redução de danos
Pressionada durante o movimento de ruptura do Sport (que ficou muito perto de englobar os três grandes clube do Recife e tirar uma fatia de mercado que deixaria um dano irreversível) o EI - responsável pelas transmissões na TV por assinatura, internet e parabólicas - garantiu a manutenção da cota de participação acordada para a 15ª edição, de R$ 22,4 milhões, fora o custeio com viagens e hospedagens dos clubes e as taxas de arbitragem. Para diminuir o peso dos custos, precisaria de aporte e de um novo parceiro na tv aberta. Após meses de articulação, acabou fechando com o SBT, há tempos fora do universo esportivo em sua grade. Se perde de forma significativa em volume de audiência nos três maiores mercados da região (Recife, Salvador e Fortaleza), a mudança para o SBT garante a exibição dos jogos nas terças à noite e sábados à tarde para oito dos nove estados da região. Apenas Sergipe não tem uma afiliada da emissora.
Em Pernambuco
A TV Jornal assume o torneio deixado pela Globo Nordeste, que passou 8 das últimas 10 edições (2000, 2001, 2002, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017). Embora tenha raras incursões no futebol, a TV Jornal tem em seu histórico o último jogo do Brasileirão de 1987, entre Sport e Guarani, retransmitido para todo o país. Será curioso ver, depois de tanto tempo, a concorrência interna, com a Globo passando o Campeonato Pernambucano em 15 datas (de 21/01 a 08/04) e a TV Jornal transmitindo a Copa do Nordeste em 12 datas (de 17/01 a 10/07). O ano será um termômetro sobre a força do Nordestão à parte canal.