DIARIO ESPORTIVO » Os trinta titulares de Soso

por Léo Medrado
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@leomedradope

Publicação: 03/02/2024 03:00

Mariano Soso chegou para fazer um trabalho diferente do que o Sport e o futebol pernambucano estão acostumados. Implementar um estilo próprio. Dar uma identidade, uma forma de jogar e apresentá-la aos torcedores rubro-negros e ao Brasil. O argentino veio imbuído de um propósito que terá, todavia, um grande obstáculo a ser transposto: o tempo! Seu mestre inspirador irá pro quinto ano comandando outro clube do Nordeste. O Fortaleza. Mas para obter o greencard e poder executar o seu plano de ação, Vojvoda passou por maus bocados. Esteve para ser demitido, teve seu trabalho questionado e, por pouco, não teve a sua vitoriosa trajetória interrompida. Pois bem. Mariano, que tem demonstrado através das aulas de português um tremendo esforço para obter êxito na realização das suas ideias, planeja e tenta executar um futebol com 30 titulares. Quer incutir na mente de cada atleta a importância dele no processo. Nesse momento inicial, tem “rodado” o time intermitentemente, de tal maneira em que cronistas e torcedores não conseguem identificar “os 11” efetivamente titulares. Talvez Thyere seja o único imexível (lembrei-me de Vicente Matheus) do time. Houston: We’ve got a problem. Sim. Surge um grande e complexo problema. Para que os trinta jogadores do plantel sintam-se efetivamente titulares, eles terão que exorcizar o fantasma de não se sentirem reservas. E sem a devida confiança que só se adquire jogando, os rendimentos individuais podem chafurdar. E com isso, o entrosamento irá pras cucuias. A equação para a evolução de um time é simples na teoria: Titularidade gera confiança, que gera plenitude de rendimento, que gera resultado. A execução do plano de Soso vai de encontro a essa lógica. Aí mora o perigo. Contra o Retrô, o primeiro time forte entrosado e que bebe dessa teoria, o Sport foi engolido por Fernandinho e Cia. Amanhã contra o Bahia, um teste bem mais contundente. Com o sarrafo bem mais alto. Tá preparado, argentino? Mariano Soso, mostra tua cara!

That’s it, Aal!
Cinco formações diferentes no ataque do Náutico em seis jogos. Em nenhuma delas, o cara que pode ser o herdeiro de Robinho, Erick e Cia, foi escalado de frente. Thalissinho está sendo “preparado para entrar na hora certa”. Pra mim, não tem “quando”. Tem “como”. Allan tem que demonstrar para o garoto que confia no futebol dele, orientá-lo e efetivá-lo. A grande promessa ficar na reserva de Vanegas é o fim da picada. Aliás, o meu ataque seria Júlio César, Paulo Sérgio e Thalissinho. É isso Aal.

Conjunto afinado
Enquanto Soso “roda” o time do Sport, Schulle sofre com carência de qualidade e Allan não acha o time titular, Roberto Fernandes vai no bê a bá da bola e repete o Retrô. Uma ou outra peça é alterada. E o maior reforço de Fernandes, Câmara e Cia é esse tal de entrosamento. Um tal de conjunto. E quer saber? Ele joga pra baralho… Se é que me entendem.