28 de fevereiro de 2024. Demorou, mas aconteceu. Frequento o Vale do São Francisco desde criança. Passava, anualmente, 130 dias do ano naquela região. Havia uma dicotomia em relação ao comportamento dos meus amigos. Aqui em Recife, nos outros 235 dias, a discussão no colégio, na pelada das ruas e nos restaurantes, girava em torno dos times da capital. Náutico, Santa e Sport em pauta. Sempre. Quando ia pras férias na minha querida Santa Maria da Boa Vista, o mote era outro. Ninguém daquela região torcia pelos times de Recife. As ondas do Rádio, único veículo de comunicação usado pela população, advinham do Rio ou de São Paulo. Consequentemente, as conversas sobre futebol eram outras. Flamengo, Vasco, Corinthians e Palmeiras eram “adotados” pelos torcedores locais. Cresci inconformado com esses clubes de aluguel. Era como se essas equipes não fossem nossas de verdade. Se perguntassem, cariocas e paulistas nem saberiam apontar no mapa aonde fica Santa Maria. Tapas na ampulheta. Entrei na imprensa em 1987. De lá pra cá, travo uma batalha para que os moradores torçam pelos clubes da própria cidade. E na quarta-feira passada, pela primeira vez na história, tive orgulho dos torcedores  petrolinenses. Estádio Paulo Coelho lotado. E povoado por pessoas que puderam sentir a emoção de torcer por um time “pra chamar (verdadeiramente) de seu”. A inédita conquista do Salgueiro abriu as portas pro interior. Mas ainda falta um título para aquela região. Um passo de cada vez. Obrigado, Petrolina. Obrigado, Futebol!

Desespero dos pessimistas
Na Copa do Brasil, Retrô, Petrolina e Sport estão na 2ª fase. Na Copa do Nordeste, Sport (líder) e Náutico no G4. No Estadual, os quatro favoritos estão se impondo. Ou seja, os pessimistas começaram mal o ano.

Cacife elevado
Náutico e Santa disputarão mais que simples jogos hoje e amanhã. Pro Náutico, nos Aflitos, vaga nas semifinais do Estadual e Copa do Brasil. Pro Santa, no Arruda, além das semi, presença na Série D 2025. Mas, atenção tricolores! Uma derrota diante da Patativa, além das respectivas desclassificações, signicará “fim da linha” para os corais neste ano. Prepare o seu coração...

Amerikrause
Não, não foi o corretor. Essa é a junção dos nomes de dois grandes amigos alvirrubros. Ontem, tive o privilégio de participar de uma agradável conversa com Gustavo Krause e Américo Pereira. Não me contive e peguei carona numa pergunta de Américo pra Gustavo: Qual o melhor Náutico de todos os tempos? Eis a seleção de Krause: Lula Monstrinho, Gena, Mauro, Fraga e Marinho Chagas; Salomão, Ivan e Jorge Mendonça; Nado, Bita e Rinaldo. Américo só fez uma alteração. Recuou Bita pro meio de campo e colocou China de centroavante. E lembrou que o Náutico foi o primeiro pernambucano a disputar a Libertadores. Melhor de três contra o Palmeiras. Uma bela conversa. Uma verdadeira mesa de craques.