"Não sou conservador, mas sou austero", diz Yuri Romão
A receita do Sport para 2025 vai girar em torno de R$ 180 e R$ 190 milhões, de acordo com o presidente leonino, o que torna o ano ainda mais desafiador para o Leão
BETO LAGO
Publicação: 30/12/2024 03:00
Reeleito com mais de 82% dos votos dos sócios do Sport, o empresário Yuri Romão reconhece que 2025 será o ano mais desafiador desde sua chegada à presidência do clube da Praça da Bandeira. Aos 56 anos, ele assumirá a responsabilidade de consolidar os avanços de sua gestão nos próximos dois anos, especialmente agora que o Leão é Série A. Em entrevista ao Diário de Pernambuco, Yuri Romão abordou as mudanças no futebol, a situação financeira do clube, a recuperação judicial e a transição para a SAF. Ele também destacou que será o último presidente eleito conforme o estatuto atual, evidenciando a importância de sua administração nesse contexto, Romão comentou ainda sobre a relação com ex-presidentes e enfatizou que nutre todo o respeito por eles.
Entrevista: Yuri Romão//Presidente do Sport
O clube em 2024
Não costumo avaliar o desempenho do clube apenas pelo prisma do futebol, embora esta modalidade seja, sem dúvida, o carro-chefe. O ano de 2023 foi significativo, mas 2024 trouxe uma visibilidade ainda maior, marcada pelo sucesso em diversas frentes, fechando com o acesso à Série A. Destaco também a finalização do acordo no plano de recuperação judicial e a aprovação do projeto de Retrofit da Ilha do Retiro. Agora, com os pilares estabelecidos, temos a confiança necessária para continuar o trabalho em 2025 e 2026.
Transição no futebol
A filosofia do departamento de futebol permanece inalterada, com a transição planejada. Raphael Campos (eleito vice-presidente), teve a missão de reestruturar os processos internos dos departamentos nestes últimos anos. Guilherme Falcão ficará no comando e Carlos Brazil, que foi apresentado na semana passada, assumirá funções administrativas. A tendência é que João Marcelo Barros vá para outra missão no clube, devendo ir para área que de tecnologia.
Mercado da bola
Não diria que teve mais sim ou não. Estamos em negociações com diversas partes e planejamos contratar cerca de dez atletas. Nossa abordagem será mais ambiciosa para 2025, mas é importante colocar que isso tudo é bem diferente do início de 2023. Hoje somos receptores de propostas, não demandadores.
Folha salarial
A folha salarial inicial deverá girar em torno de seis a sete milhões de reais por mês. Não tem como ser diferente neste início de ano. É importante esclarecer que não trabalharemos com salários próximos a 500 mil reais, como tem sido divulgado. Nosso teto salarial é significativamente mais baixo.
Receita para 2025
A expectativa que tenho, pela experiência que tive nestes últimos anos, é de uma receita recorrente que gire em torno de 180, 190 milhões de reais. Claro que se tiver alguma venda, esse número pode aumentar, mas estamos na expectativa.
Equilíbrio financeiro
Quem me conhece, na vida pessoal ou empresarial, sabe que eu não gosto de gastar mais do que recebo. A experiência adquirida ao longo de 41 anos de carreira profissional me ajuda a manter a austeridade nas finanças. Não tenho vaidade com nada no clube, por sinal ela está bem abaixo do bom-senso.
SAF
Não tenho nenhum conceito definido na minha cabeça sobre a SAF no Sport. O mais importante é aproveitar esse relacionamento que tenho hoje no futebol e abrir portas para que esse comitê converse com as pessoas. Agora, digo com convicção: eu não vou me meter. Vou abrir portas, mas quero resultados. E dentro destes relatórios, tomar decisões. O Comitê terá total autonomia e isenção.
Rompimento com líderes
Não acho que houve rompimento. A política é a arte de juntar pessoas em torno de um projeto. O nosso projeto agradou os ex-presidentes Gustavo Dubeux, Leonardo Lopes e João Humberto Martorelli, que queria ver ele sendo capitaneado por outro. Totalmente legítimo. Agora, a relevância dos três é enorme, tem o meu respeito. Que fique bem claro: não houve rompimento por minha parte. Não fui procurado por eles e nem procurei, também.
Último presidente
Tenho a consciência que serei o último presidente do Sport, já que o novo estatuto coloca que a próximo gestão, independente de SAF, terá um conselho para administrar o clube. Você dividir essa responsabilidade com outras quatro pessoas. Isso acaba mitigando possíveis equívocos a serem cometidos.