por Beto Lago
betolagoipojuca@gmail.com
Publicação: 12/03/2025 03:00
Infelizmente, a reunião do Conselho do Náutico não foi transmitida. A proposta vinculante do Consórcio Timbu foi apresentada: foram abordados 151 investidores (32 estrangeiros e 119 nacionais), antes de chegar ao atual grupo. Porém, a Comissão de Projetos Estruturantes já tinha encaminhado aos conselheiros uma análise detalhada desta proposta para a aquisição da SAF. O relatório, com onze páginas, delineia todos os passos, destacando aspectos cruciais. Os sócios que compõem o consórcio incluem Fransérgio e Tiago Ribeiro, ex-jogadores e agentes de atletas, além de Cafu, que seria responsável pelas estratégias de marketing. A Vex Capital, um fundo de investimento recém-criado, também figura como parte interessada. Contudo, a análise da comissão coloca em dúvida, apontando para uma falta de capacidade de gestão e financeira dos envolvidos. O conflito de interesses, em razão da presença de dois agenciadores de jogadores, levantou questionamentos sobre a transparência e a ética da operação. A ausência de due diligence impossibilita avaliação clara da capacidade financeira do fundo, ponto crítico para qualquer negociação desse porte. A proposta vinculante menciona um aporte de R$ 400 milhões em dez anos, sem correção monetária, e destaca que desses valores também seriam destinados à modernização e qualificação do CT e à reforma dos Aflitos. A comissão expressa ceticismo quanto à viabilidade de se alcançar o montante de bilhão de reais, mencionado na imprensa, mesmo levando em conta as receitas do clube.
Como ficaria o Patrimônio?
Uma das questões mais complicadas diz respeito ao patrimônio do Náutico. Na proposta, o Consórcio Timbu solicita o desmembramento de 39,48 hectares do CT, que passariam a ser geridos pela SAF. O uso operacional do CT seria cedido à SAF em caráter permanente, com o pagamento de royalties, que a comissão considera um valor “modesto”. Sobre os Aflitos, o clube manterá a propriedade, mas cederá ao consórcio os direitos de uso e exploração sem remuneração durante toda a existência da SAF. A área adjacente ao estádio também seria transferida de forma permanente, permitindo que o Náutico participe da receita gerada por sua exploração econômica. A proposta inclui a transferência da garagem de remo do clube, na rua da Aurora, para a SAF, um detalhe considerado “casca de banana” na análise.
Dívidas e capacidades de pagamento
Sobre as dívidas do Náutico, que somam R$ 160 milhões na Recuperação Judicial e R$ 100 milhões em dívidas tributárias, o Consórcio sugere que os valores serão renegociados após a apresentação do plano de recuperação e dos recursos que o clube possa receber da Arena PE. Entretanto, esse aporte estaria incluído nos R$ 400 milhões, o que diminui mais os investimentos para o futebol. Não há clareza sobre o valor que a SAF pagará à Associação. Por fim, a comissão não se posiciona claramente com um “sim” ou “não”, mas a análise deixa evidente que a proposta não atenderia aos interesses do clube.
Como ficaria o Patrimônio?
Uma das questões mais complicadas diz respeito ao patrimônio do Náutico. Na proposta, o Consórcio Timbu solicita o desmembramento de 39,48 hectares do CT, que passariam a ser geridos pela SAF. O uso operacional do CT seria cedido à SAF em caráter permanente, com o pagamento de royalties, que a comissão considera um valor “modesto”. Sobre os Aflitos, o clube manterá a propriedade, mas cederá ao consórcio os direitos de uso e exploração sem remuneração durante toda a existência da SAF. A área adjacente ao estádio também seria transferida de forma permanente, permitindo que o Náutico participe da receita gerada por sua exploração econômica. A proposta inclui a transferência da garagem de remo do clube, na rua da Aurora, para a SAF, um detalhe considerado “casca de banana” na análise.
Dívidas e capacidades de pagamento
Sobre as dívidas do Náutico, que somam R$ 160 milhões na Recuperação Judicial e R$ 100 milhões em dívidas tributárias, o Consórcio sugere que os valores serão renegociados após a apresentação do plano de recuperação e dos recursos que o clube possa receber da Arena PE. Entretanto, esse aporte estaria incluído nos R$ 400 milhões, o que diminui mais os investimentos para o futebol. Não há clareza sobre o valor que a SAF pagará à Associação. Por fim, a comissão não se posiciona claramente com um “sim” ou “não”, mas a análise deixa evidente que a proposta não atenderia aos interesses do clube.