Obstáculos da SAF Coral
Conselho Fiscal do Santa não gostou da postura dos investidores e até apontou um entrave na "venda" do Arruda. A negociação chega a um ponto crucial no Tricolor
GABRIEL FARIAS
Publicação: 03/07/2025 03:00
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Estádio do Arruda está no centro da polêmica que pode impedir a SAF e afastar investidores |
O Santa Cruz segue vivendo um momento tenso por sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O impasse sobre a cessão do Estádio do Arruda no projeto ameaça travar o negócio de reestruturação do clube, que pode receber até R$ 1 bilhão em investimentos ao longo de 15 anos, mas apenas se o estádio for transferido à SAF. Uma reunião do Conselho Fiscal que estava marcada para hoje foi adiada.
Em entrevista à Rádio Jornal, ontem, o presidente do Conselho Fiscal, Bartolomeu Bueno, explicou sobre a exigência de cessão definitiva do estádio, imposta pelos investidores da SAF, o dirigente também se mostrou incomodado com a postura pública que o negócio está sendo tratado. Bueno comentou que ainda não há decisão final sobre a transferência do estádio, dependendo de uma alteração legal.
“Não conversei (com investidores) e nem vou conversar. Hoje fui chamado, mas não fui, porque essas negociações são feitas pelo presidente Bruno Rodrigues e ainda estão ocorrendo. Acho até que estão passando da conta, quando vai um investidor, dá uma entrevista dizendo que ‘sem a transferência definitiva, não tem SAF’. Tudo isso ainda está em negociação. Quando for modificada a lei, o estádio será transferido definitivamente. Enquanto isso não ocorrer, será feita uma concessão de uso por 50 anos, prorrogável automaticamente por mais 50. Então, eles admitem a concessão de uso. Do ponto de vista legal, nós não podemos transferir definitivamente. E mais: o Código Civil proíbe que eu faça um contrato me responsabilizando por fato de terceiro. A modificação da lei depende do prefeito e da Câmara dos Vereadores. A lei me proíbe de colocar isso no contrato”, discorreu.
O parecer do Conselho Fiscal só acontecerá após o balanço, passando primeiro pela aprovação ou não deste balanço.
“A reunião desta quinta-feira (hoje) foi adiada novamente, só que, dessa vez, é uma imposição legal, porque havia uma convocação para o Conselho Deliberativo para apreciar o balanço do ano passado, o demonstrativo financeiro e as contas do presidente Bruno Rodrigues, que já estão atrasadas. O próprio juiz da Recuperação Judicial também está exigindo isso com urgência”, explicou Bartolomeu.
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