Amores selados em cadeados Românticos, casais vão gravar seus nomes, fechá-los em um gradil na Rua da Aurora e jogar as chaves no Capibaribe

Ed Wanderley

Publicação: 04/11/2012 03:00

Os universitários Andreza Santos e Diogo Queiroz,
ambos de 19 anos, vão %u201Ceternizar%u201D a relação (HELDER TAVARES/DP/D.A PRESS)
Os universitários Andreza Santos e Diogo Queiroz, ambos de 19 anos, vão %u201Ceternizar%u201D a relação
Pequenos cadeados gravados com os nomes de casais de todo o planeta dominam o visual de pontes em todo o mundo. Roma, Florença, Toronto... Os mais famosos, claro, compõem o cenário da mais romântica das cidades: Paris. Pequenos símbolos de uma sociedade carente de certezas. O artifício nada protege. Ao menos fisicamente. No imaginário popular, no entanto, aquele é um símbolo de união eterna de dois destinos; duas almas. Atirando a chave em um local em que ela não pudesse ser recuperada, os cadeados não seriam mais abertos e o sentimento, jamais interrompido.

Recife já foi apontada como a versão brasileira de Vezena (por suas pontes) e de Glasgow (pelo alto consumo de whisky). Agora seria também a Paris nacional. A Rua da Aurora recebe, no próximo domingo, dia 11, o projeto “Cadeados da Aurora”. A proposta é oferecer mais um ponto turístico ao público que vive e visita o Recife, agora, capital do romantismo. Para receber os símbolos românticos, um gradil, de 2 m2, está sendo instalado em frente à Assembleia Legislativa. Os amantes dispostos a “prender-se” aos companheiros poderão colocar os cadeados, a partir das 14h. “Ouvi comentário sobre esse movimento numa aula e tentei trazê-lo para cá. É uma forma, inclusive, de valorizar aquele espaço, que não tem tanto fluxo de pedestres”, explica o idealizador e estudante de Turismo, Diego Lima.

Em Paris, grade de ponte é lotada de cadeados do amor (ED WANDERLEY/DP/D.A PRESS)
Em Paris, grade de ponte é lotada de cadeados do amor

A história dos “cadeados do amor” é tão lendária quanto o efeito que supostamente produzem. A tradição começou na Sérvia, quando uma jovem chamada Nada, da região de Banja, jurou amor ao oficial Relja, noivando pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Convocado e em missão durante anos na região de Corfu, ele acabou apaixonado por uma outra mulher. Deprimida, Nada morreu pouco tempo depois. Então, as jovens da região, na esperança de proteger seus relacionamentos, passaram a prender cadeados na ponte em que Nada e Relja costumavam namorar. Mencionada, no início dos anos 2000, no segundo livro da saga Três metros acima do céu, do autor italiano Federico Moccia, a lenda acabou reavivando a tradição e multiplicando a iniciativa por toda a Europa.
Um dos primeiros casais que devem assegurar o cadeado no gradil da Aurora são os estudantes universitários Andreza Felipe dos Santos e Diogo Queiroz, ambos de 19 anos. Ela já tinha visto a iniciativa na capital francesa e aproveitou a iniciativa no Recife para fazer parte da experiência. “Sempre quis voltar a Paris, namorando, e eternizar o sentimento com aquele gesto romântico. Meu cadeado estará aqui, mas quero um outro lá também”, brinca. Como vai se livrar da chave, ela não revela. Nem ao namorado, “preso” por opção.