Clubes que mantêm as tradições Alemães, britânicos e portugueses fundaram, no Recife, espaços onde pudessem lembrar um pouco da cultura dos seus países

Jailson da Paz
jailsonpaz.pe@dabr.com.br

Publicação: 03/08/2014 03:00

Clube Alemão foi fundado no ano de 1920, o The British Club é um dos sete clubes ingleses fundados na cidade. Já o Português passou a ser espaço para realização de festas (EDVALDO RODRIGUES/DP/D.A PRESS)
Clube Alemão foi fundado no ano de 1920, o The British Club é um dos sete clubes ingleses fundados na cidade. Já o Português passou a ser espaço para realização de festas
Jürgen Klaus Kelish tornou-se exceção no Deutscher Klub Pernambuco. Morando no Recife desde 1959, o engenheiro de 85 anos figura entre os raros sócios nascidos na Alemanha. Apesar de ser minoria, ele se considera contemplado no clube que, a seu ver, continua respeitando as tradições germânicas. A trajetória do Deutscher, o conhecido Clube Alemão, a exemplo das histórias do Clube Português e do The British Country Club, ambos também no Recife, está relacionada à imigração para Pernambuco.

“Quando cheguei aqui, a colônia de meu país era considerável”, disse. Milhares de alemães se mudaram para o estado por conta da 2ª Guerra Mundial. O clube, fundado em 1920, era um dos espaços para germânicos compartilharem cultura e tradições.

Os clubes britânico e português surgiram também com o objetivo de aproximar compatriotas e descendentes. Nos casos, da Inglaterra e de Portugal. “Os tempos mudaram e tivemos que nos adaptar para garantir a sobrevivência”, observou o médico Rostand Paraíso, 84, presidente do The British Coutry Club por sete mandatos. Embora sem certidão de nascimento britânica, Rostand se aproximou do clube, em 1968, via o pai, um professor da língua inglesa.

O The British, lembra Rostand, é um entre os sete clubes fundados pelos ingleses no Recife. “De tão ativa que era a colônia, ele criou sete clubes no Recife, cemitério e hospital próprios”, contou. O Caxangá Golf Club aparece na relação das heranças deixadas pelos ingleses, que tiveram forte atuação nas áreas de transporte e comunicação nos séculos 19 e 20. A princípio, ressaltou o médico, a diretoria do clube era destinada às pessoas de sangue britânico, o que se modificou à medida que a colônia tinha o número de integrante reduzido.

Para manter o Deutscher, observou o presidente Ronaldo Guerra, a inclusão dos brasileiros na diretoria do clube foi importante. “Isso aconteceu graças à integração entre alemães e brasileiros”, acrescentou. Nas primeiras décadas do Alemão, com 700 sócios e localizado em Parnamirim, o clube era destinado à gente de origem germânica.