Diario conta histórias de vida de amputados Especial Por inteiro, que circula segunda-feira, costura os depoimentos de nove pernambucanos às estatísticas sobre o assunto

Publicação: 31/08/2014 03:00

A menina Clara já se adaptou à protese e agora brinca com a sua bicicleta rosa (DEBORA ROSA/EPS.DP/D.A.PRESS)
A menina Clara já se adaptou à protese e agora brinca com a sua bicicleta rosa
Clara tem uma perna rosa; Charles, mãos transparentes; Josenilson salta longe, com um pé só. Lucas luta judô e joga futsal, mas precisa tomar cuidado para não dar caneladas nos adversários; Josué diz que tem uma “mão de Primeiro Mundo” e faz mágica com ela. Todos eles perderam uma parte do corpo, ainda bem crianças ou já adultos feitos. Tiveram que aprender com o trauma. O físico e o psicológico. Precisaram (ou ainda precisam) começar de um jeito novo. Cada um do seu jeito.

Nesta segunda-feira, o Diario traz o especial Por inteiro. Nele, nove pernambucanos contam suas histórias antes e após a amputação. Costurando os depoimentos às estatísticas, a repórter especial Juliana Colares monta um panorama do sistema de concessão de próteses ortopédicas feito por meio do Sistema Único de Saúde e mostra como esse serviço funciona em Pernambuco.

“Chama a atenção o fato de não se saber, nem nacional nem localmente, quantas pessoas amputadas existem de fato e quantas delas não dispõem de uma prótese, seja por dificuldade de acesso, de adaptação, de informação ou quaisquer outros motivos. Hoje, em Pernambuco, quem precisa de uma prótese ortopédica precisa se deslocar até o Recife. O trabalho de interiorização ainda é tímido e pouco significativo”, disse Juliana Colares.

Nas diretrizes de atenção à pessoa amputada, publicadas em 2013, o Ministério da Saúde (MS) reconhece que não existem dados precisos sobre o assunto. Existem estatísticas esparsas e desconectadas. Entre as principais causas de amputações estão os acidentes de trânsito (em especial, de motos), o diabetes e as doenças vasculares. Mas em Pernambuco um outro fator merece menção: os ataques de tubarão. Desde o início da década de 1990 foram registrados 59 ataques na orla pernambucana. Vinte e quatro banhistas e surfistas morreram. Entre os 35 que sobreviveram, muitos sofreram algum tipo de amputação.

As histórias contadas no especial, inevitavelmente, trazem relatos de dor, mas também de recuperação e retomada da vida. É o caso de Josenilson Florênio, 18, que perdeu parte de uma das pernas aos 16, em um acidente de moto, e hoje disputa campeonatos de salto e arremesso de peso. E de Josué Pereira, artista circense natural de São Lourenço da Mata, conhecido como Palhaço Pinóquio. Ele perdeu a mão esquerda e enfrentou anos de alcoolismo. Com a prótese, retornou ao mundo do entretenimento infantil.

O especial pode ser lido na versão impressa ou no site diariode.pe/porinteiro.