Diario Urbano

Jaílson da Paz
jailsonpaz.pe@dabr.com.br

Publicação: 01/08/2014 03:00

Dívida ambiental

Por um bom tempo, pensei que os municípios pernambucanos estavam dispostos a fazer da frase “o brasileiro somente fecha a porta depois de roubado” uma bandeira e arregaçar as mangas para enfrentar a questão do lixo. Às vésperas do fim do prazo estabelecido pelo governo federal, as prefeituras - em grande maioria - não moveram palhas para encerrar as atividades dos lixões. Deixaram de perceber que a porta aberta para o trato e o destino inadequados dos resíduos vão continuar roubando a saúde e o futuro de crianças e adultos atolados na lixaria e minando, lentamente, a qualidade do ar, do solo e dos mananciais. Essa dívida, senhores prefeitos, nem fecha com votos nem com administrações abarrotadas de cargos de confiança. À medida que for sendo rolada, o passivo social e ambiental tende a aumentar exponencialmente. Reclamar da ausência de cifrões nos cofres públicos municipais e de pessoal capacitado para elaborar projetos e captar recursos tornou-se lugar comum. É preciso reinventar a cantiga, fugindo das incelências que colocam os cofres vazios no centro das desculpas. Sugiro incluir nessa cantiga o choro pela degradação de vidas e do meio ambiente, o que impediria o surgimento de novos lixões de Camaragibe, da Muribeca e de Aguazinha.

Peça decorativa

O desrespeito às normas independe dos bairros recifenses. Na Rua Carneiro Vilela, uma das mais movimentadas dos Aflitos, lixo e metralha são despejados ao lado da placa que proíbe se jogar resíduos no local.

Contra a hepatite

Pernambuco consta na lista dos estados que mais receberam doses de vacina contra a hepatite A, incluída neste ano no calendário nacional de vacinação. Foram 58 mil, número inferior aos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia. Isso não se deu por acaso: o público sob risco da doença - de um ano a um ano, 11 meses e 29 dias de idade - está entre os maiores do país.

Festa da galinha

Divertida para alguns e tosca para outros, a Corrida da Galinha de São Bento do Una, no Agreste, terá um percurso menor neste ano. Há quem defenda, como alguns protetores dos animais, que o melhor seria o fim da competição. Favoráveis à festa e indiferentes à queixa, milhares de pessoas verão a corrida na nova pista de 88 metros, que media 120 metros no ano passado.

Que seja rápido

Os fios do medidor de energia colocado no muro do Colégio Vera Cruz, nas Graças, continuavam expostos ontem. O problema, segundo a escola, teria resultado da ação de vândalos. A direção do colégio disse ter acionado a Celpe para fazer os reparos e a empresa de outdoor a quem locou o espaço. Pais de alunos torcem por um trabalho rápido, pois o isolamento da fiação elétrica é frágil.

Quatro, mas minoria

No Conselho Superior de Transporte Metropolitano, ao contrário da afirmação da coluna, possui quatro e não um representante dos usuários. Dois são passageiros de ônibus, um de transporte complementar e outro, estudante. Nas discussões sobre preço de passagens, costumam ficar do lado oposto ao da maioria do conselho. Doze dos 19 membros são do estado e municípios.