Invasões estreitam canal de Rio Doce, em Olinda
Casas irregulares diminuíram espaço de passagem da
água, causando alagamentos. Escola e residências tiveram que erguer o piso
Paulo Trigueiro
Especial para o diario
paulotrigueiro.pe@dabr.com.br
Publicação: 08/08/2014 03:00
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Água imunda invade casas construídas em local inadequado, provocando mau cheiro e risco de doenças |
“Nos locais mais estreitos, o canal já está completamente entupido e qualquer coisa vira alagamento”, afirmou o mecânico. “É preciso indenizar os moradores dessa invasão e retirar as casas”, opinou. A necessidade de retirar as construções ilegais é uma unanimidade entre as pessoas que moram ou trabalham na Tiradentes. O esgoto das invasões é despejado diretamente nele. Segundo o aposentado Antônio Berto, 68, o lixo e a lama que ficam à beira do canal formam uma barreira, “mas mesmo assim, a sujeira ainda passa para a rua”, reclamou. Os invasores alegam que não têm para onde ir.
Berto, assim como grande parte das pessoas que moram no local, precisou erguer um muro em frente à porta de casa para impedir que a água suja do canal entre na residência. Os moradores acreditam que dessa forma podem reduzir os riscos à saúde. Nos alagamentos, o nível da água chega a ultrapassar um metro e meio.
O secretário de Serviços Públicos de Olinda, Manuel Sátiro, disse que sabe das dificuldades causadas pelas invasões e reconhece a necessidade de retirar as casas do local. Mas, segundo ele, não há ainda um projeto para isso. Sátiro explicou ainda que a Prefeitura de Olinda não pode trabalhar em toda a extensão do canal porque ele se estende até a cidade vizinha de Paulista.
“Estamos em contato com a Secretaria de Serviços Públicos de Paulista para conseguirmos fazer o melhor trabalho possível. Na nossa área, o serviço é feito, inclusive manualmente, onde as máquinas não passam”, declarou.
Outro obstáculo para a limpeza do canal é a falta de conscientização da população, que joga o lixo nele. “No ano passado era possível ver uma grande quantidade de garrafas plásticas boiando, dois dias depois da limpeza”, lamentou o secretário.
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