MPPE exige melhoria e integração de ciclovias Ministério Público quer que a prefeitura transforme toda a malha em vias segregadas com interligação entre si. Promotor recomendou apresentação de plano

Publicação: 21/11/2014 03:00

Vias demarcadas apenas com pintura no asfalto representam maior risco de acidentes (IVAN MELO/ ESP.DP/D.A.PRESS)
Vias demarcadas apenas com pintura no asfalto representam maior risco de acidentes
A melhoria e a ampliação da malha cicloviária do Recife ganhou um defensor de peso. O Ministério Público de Pernambuco decidiu cobrar que a Prefeitura do Recife ofereça mais segurança e promova a interligação das rotas cicláveis. O município têm 20 dias para se pronunciar, a contar da data de recebimento da recomendação do MPPE, e apresentar cronograma de implantação de um plano cicloviário, sob pena de sofrer ação civil pública.

Atualmente o Recife dispõe de 33 km de malha cicloviária, sendo 9,3km de ciclovias (faixas segregadas) e o restante de ciclofaixa (sinalização horizontal na pista). A recomendação é transformar toda a malha em ciclovias. Também recomenda a interligação das rotas cicláveis, melhoria da sinalização e implantação de fiscalização eletrônica. “Não tenho nenhuma dúvida de que o município acatará as recomendações. O modelo existente é criminoso porque expõe o ciclista a uma situação de risco. Além disso, não há interligação das rotas”, criticou o promotor Ricardo Coelho, da 12ª Vara de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico e Cultural.

Para o coordenador da Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Guilherme Jordão, a entrada do Ministério Público na discussão ajuda a legitimar as reivindicações. A iniciativa do MPPE também agradou ao estudante José Felipe da Silva, 20 anos. Ele usa todos os dias a bicicleta do Centro a Santo Amaro, mas não confia nas ciclofaixas. “Os carros passam em velocidade alta e invadem a ciclofaixa. Já tive vários sustos.”

A redução da velocidade em vias compartilhadas entre carros e ciclistas também faz parte das reivindicações da Ameciclo. “Carros velozes nas vias urbanas são um risco não só para o ciclista, mas também para o pedestre. No caso das ciclofaixas esse risco seria reduzido com a velocidade controlada a 40km. E isso é possível com fiscalização eletrônica”, sugeriu.

A Prefeitura do Recife informou que até ontem não havia chegado nenhuma recomendação do MPPE e que só vai se posicionar após o recebimento oficial.