Tecnologia para melhorar o metrô
Nova central vai permitir que o sistema conheça melhor
seus problemas e tome decisões mais rápidas e precisas para corrigi-los
ROSÁLIA VASCONCELOS
rosaliavasconcelos.pe@dabr.com.br
Publicação: 28/02/2015 03:00
Atualmente, as informações sobre o funcionamento do sistema são baseadas apenas em inspeções periódicas |
Até dezembro de 2016, o sistema RailBee funcionará em fase de teste. A depender do desempenho, poderá ser implantado na Linha Centro. O objetivo é permitir a tomada de decisões rápidas e precisas para corrigir problemas.
O desenvolvedor do sistema, Rômulo Araújo, funcionário da CBTU há 31 anos, ressalta que hoje os controladores não conseguem mensurar dados como velocidade dos trens, quantidade de passageiros por vagão e tempo em que o trem fica na plataforma. Com o Centro de Controle Operacional (CCO), será possível obter dados exatos. “Por exemplo: se o trem demora muito e o fluxo de passageiros é pequeno, então podemos questionar ao maquinista se há algum problema”, explica.
Ele comenta que hoje o monitoramento é baseado em inspeções periódicas, o que não é suficiente para prevenir certas falhas de operação.
Atualmente, a Linha Sul opera com nove trens nos horários de pico e seis nos outros horários. Mas 25 máquinas receberão os dispositivos de monitoramento. A depender dos resultados desse trabalho, poderá ser sugerido o incremento de mais trens nos períodos do dia em que há maior fluxo, formando assim uma programação para cada dia da semana. “Na sexta-feira, quando muitas pessoas fazem happy hour, talvez seja necessário alterar o horário de pico que é estimado hoje”, diz Rômulo.
Entre 2011 e 2014, o Ministério das Cidades investiu R$ 281 milhões no sistema. “Não adianta investir sem monitorar o funcionamento de forma estratégica”, opina.
O projeto RailBee (“abelha ferroviária”, em tradução livre) nasceu da tese de doutorado de Araújo, que também é professor do IFPE há 23 anos. Ele recebeu o Prêmio Alstom de Tecnologia Metroferroviária e pretende se tornar uma ferramenta na gestão de serviços de trens urbanos.
Para sair do papel, o projeto recebeu do CNPq R$ 80 mil para compra das máquinas, além de transferência de tecnologia do IFPE e da UFPB. “A partir de março, iniciaremos a instalação dos equipamentos e os treinamento dos funcionários para começar a operar a central”, informa Araújo.