Publicação: 30/05/2016 03:00
Em junho de 1678, arribara ao Recife uma comissão quilombola que causara grande alvoroço. Portando arcos e flechas, os negros vinham quase nus, apenas com as “partes naturais” cobertas com peles ou panos. Tinham as barbas “umas trançadas, outras corridas, outras raspadas”, sendo “corpulentos e valorosos todos”. Ao se encontrarem com D. Pedro de Almeida, ajoelharam-se, abaixaram as cabeças e bateram palmas, saudando-o à moda africana. E, em novembro, o próprio Ganga Zumba viera assinar o acordo. Mas, pouco depois, o imprevisível entrara em cena: ele era jovem, coxo, e atendia pelo apelido de Zumbi, que quer dizer “defunto”, em língua bantu.
Zumbi, comandante de um dos mocambos de Palmares, acusou Ganga Zumba – negro de raça arda, famosa pela sua robustez, valentia e rebeldia – de ter falhado como general. De ter comandado suas tropas em estado de embriaguez, daí sua derrota. De ser corrupto. Mas a cláusula do contrato que previa a devolução ao cativeiro de todos não nascidos em Palmares foi o motivo maior da revolta. Aquilo era inaceitável.
Então, Zumbi marchou com seus liderados em direção aos demais mocambos, em alguns deles enfrentando resistência, mas, na maioria, encontrando adesão. E Ganga Zumba teve de se retirar às pressas para Cucaú, com apenas trezentos ou quatrocentos seguidores, prometendo voltar para “libertar” os que haviam ficado. Seu calvário, porém, estava apenas começando.
Em Cucaú, o grande chefe passou a sofrer assédio dos brancos. Sob o pretexto de temer o “perigoso bando” de negros comandado por ele, os proprietários locais, contrariando o governador, cercaram a área, impedindo que vingasse o prometido “comércio e trato” com a vizinhança. E, pior que isso, começaram a invadi-la para capturar quilombolas, alegando que se tratava de escravos fugidos.
Nessas circunstâncias, cada vez mais desgastado e enfraquecido, Ganga Zumba acabou sendo envenenado por alguns dos seus seguidores, que se sentiram traídos por ele, no ano de 1679. E o comando de Palmares ficou com Zumbi, do qual trataremos na próxima semana.
Zumbi, comandante de um dos mocambos de Palmares, acusou Ganga Zumba – negro de raça arda, famosa pela sua robustez, valentia e rebeldia – de ter falhado como general. De ter comandado suas tropas em estado de embriaguez, daí sua derrota. De ser corrupto. Mas a cláusula do contrato que previa a devolução ao cativeiro de todos não nascidos em Palmares foi o motivo maior da revolta. Aquilo era inaceitável.
Então, Zumbi marchou com seus liderados em direção aos demais mocambos, em alguns deles enfrentando resistência, mas, na maioria, encontrando adesão. E Ganga Zumba teve de se retirar às pressas para Cucaú, com apenas trezentos ou quatrocentos seguidores, prometendo voltar para “libertar” os que haviam ficado. Seu calvário, porém, estava apenas começando.
Em Cucaú, o grande chefe passou a sofrer assédio dos brancos. Sob o pretexto de temer o “perigoso bando” de negros comandado por ele, os proprietários locais, contrariando o governador, cercaram a área, impedindo que vingasse o prometido “comércio e trato” com a vizinhança. E, pior que isso, começaram a invadi-la para capturar quilombolas, alegando que se tratava de escravos fugidos.
Nessas circunstâncias, cada vez mais desgastado e enfraquecido, Ganga Zumba acabou sendo envenenado por alguns dos seus seguidores, que se sentiram traídos por ele, no ano de 1679. E o comando de Palmares ficou com Zumbi, do qual trataremos na próxima semana.
Saiba mais...
Ganga Zumba, o penúltimo grande chefe de Palmares