Botão de pânico mantém agressores afastados

Publicação: 10/09/2016 03:00

Enquanto estudantes da UFPE criam um aplicativo para unir as mulheres em torno combate aos abusos no ônibus, o município de Jaboatão usa a tecnologia para coibir a violência doméstica. Mulheres da cidade estão utilizando o botão de pânico, que transmite um pedido de socorro em tempo real para a a Patrulha Municipal Maria da Penha  e a Polícia Militar. A iniciativa atende seis bairros da região. Protegida por uma medida protetiva, a empregada doméstica M.L., de 43 anos, solicitou o dispositivo eletrônico depois que seu ex-companheiro lhe desferiu dois golpes de faca na casa que eles moravam. Após passar oito meses internada, ela foi encaminhada ao Centro de Referência da Mulher Maristela Just, em Jaboatão.  

“Passamos seis anos juntos e ele nunca tinha sido agressivo. Depois de quatro meses que nos separamos ele pediu para conversar e quando nos encontramos me golpeou e fugiu. Ainda assim ainda está solto e tenho medo do que possa acontecer. Não ando mais sozinha na rua. Se na hora em que isso aconteceu eu já estivesse com o botão talvez o fim fosse outro”, relata. O tempo médio para o socorro chegar é de 10 minutos.

“Nós já recebemos novas demandas que estão em tramitação na Justiça e por enquanto está funcionando de forma piloto para testes. Este sistema dá mais suporte em casos de risco eminente e ainda conta com uma opção de gravar o tipo de tensão que ocorre no ambiente”, conta.

Inicialmente, o projeto será capaz de atender 50 mulheres que moram nos bairros de Prazeres, Cajueiro Seco, Jardim Jordão, Massaranduba, Guararapes e Jardim Jordão. Profissionais da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Polícia Militar, Guarda Municipal e Delegacia da Mulher participaram de uma capacitação com uma equipe técnica e as usuárias também recebem orientações de como utilizar o aparelho.