Novo protesto contra aumento de passagens O movimento planeja uma jornada de manifestações até março e espera conseguir mais adesões

Publicação: 18/01/2017 03:00

A passeata saiu da Rua do Hospício, passou pela Conde da Boa Vista e se encerrou na Agamenon Magalhães (Ricardo Fernandes/DP )
A passeata saiu da Rua do Hospício, passou pela Conde da Boa Vista e se encerrou na Agamenon Magalhães

Quatro dias após o reajuste da tarifa dos ônibus na Região Metropolitana do Recife em 14,26%, os estudantes voltaram às ruas ontem para protestar contra o reajuste e prometem uma jornada de lutas contra o aumento até março. Uma nova manifestação foi anunciada para hoje, a partir das 8h, com saída do Derby e outra na sexta-feira, a partir das 14h, também do Derby.

Ontem, a concentração teve início às 15h na Rua do Hospício em frente ao antigo prédio do Ginásio Pernambucano. Por volta das 17h, eles saíram em passeata. O trajeto que, inicialmente, estava previsto para ser em direção ao Palácio do Campo das Princesas foi alterado na saída e passou a ter como destino final a Avenida Agamenon Magalhães.

A Polícia Militar acompanhou de perto a mobilização com um efetivo de 60 homens de quatro batalhões. Não houve confronto entre manifestantes e a polícia. Alguns lojistas fecharam parcialmente as portas e houve pichação de alguns ônibus com os dizeres de passe livre e tarifa zero.

Com os protestos sistemáticos, os estudantes acreditam que terão apoio da população para reverter o reajuste das passagens. “Em 2005, quando houve uma sucessão de incêndio de ônibus, o governo recuou. E também em 2013, quando o então governador Eduardo Campos suspendeu o aumento e reduziu em dez centavos o valor da passagem, que só voltou a ter aumento em 2015”, contou Jones Silva da Frente de Luta pelo Transporte Público.

Eles também pedem tarifa única e redução do bilhete para R$ 2,15. No trajeto em direção à Agamenon, eles ocuparam a faixa central da Avenida Conde da Boa Vista paralisando o corredor de ônibus nos dois sentidos. Mesmo com o tráfego travado quem estava no ônibus se mostrou favorável ao protesto dos estudantes. “Sou totalmente a favor. O aumento foi muito grande e muita gente vai deixar de andar de ônibus”, sinalizou a estudante Ana Paula Batista, 29 anos.

A passeata chegou à Agamenon Magalhães às 18h30, em pleno horário de pico. Os manifestantes fecharam os dois sentidos da via e mais uma vez tentaram apoio de quem ficou preso no trânsito e dos transeuntes. “É um direito deles, mas atrapalha quem tem compromisso”, afirmou o taxista Clayton Santana, 35 anos, que tentava chegar em Boa Viagem. Os motociclistas conseguiram passar descendo da moto e contornando o protesto. O tráfego ficou interditado por 35 minutos, quando os próprios manifestantes decidiram encerrar o ato e se dirigiram à Praça do Derby para avaliar o movimento.