Diario urbano

por Jailson da Paz
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Publicação: 01/06/2017 03:00

Sim da caridade

Na hora de ajudar as vítimas das enchentes da Mata Sul, os pernambucanos estendem a mão. Abrem a carteira. Tornam-se voluntários. Alguns, no desejo de contribuir, andam esquecendo do ensinamento de que na hora de ajudar é bom se colocar no lugar do outro. Se refletissem isso, o volume de vestimentas sem condições de uso não teria sido tão alto nos pontos de doação. A partir de levantamento, a organização Novo Jeito estimava ontem que cerca de 70% das roupas teriam por destino o lixo, devido ao mofo, à sujeira e a rasgões nas peças. Separar peças utéis e descartáveis é tarefa de horas para voluntários que poderiam estar envolvidos em outros serviços. E mãos dispostas a atuar diretamente com as vítimas das enchentes são essenciais nesta hora em que a chuva sinaliza persistência e famílias lutam por comida e na retirada de lama de suas casas. Daí, a necessidade de pensar o quanto um simples gesto influi no todo, de se colocar no lugar do outro. E de se perguntar: eu usaria aquilo que me proponho a doar? O “sim” fortalece a empatia e a verdadeira caridade.

Descoberta na dor
Com as enchentes, famílias alojadas em escolas públicas da Mata Sul vão se dando conta da realidade enfrentada por alunos, professores e funcionários das unidades de ensino. Lidam com banheiros sem portas ou portas quebradas, sem tampas e descargas quebradas. É realidade em Ribeirão e Barreiros.

Sob as barbas
Nem a presença dos fiscais inibe a ginástica de usuários do BTR para se livrar do pagamento da passagem nas estações Tacaruna e Araripina, no Recife. Os usuários se arrastam pelo chão ou contorcem o corpo para não tocarem nas catracas. Obstáculo superado, seguem como se nada tivesse acontecido. E os fiscais, idem.

Acima do tom
Sem chuva, os restaurantes da Avenida Ministro Marcos Freire, no Bairro Novo, Olinda, temem que o calçadão da orla se transformem hoje em lugar de culto. O som das pregações, nas proximidades da Rua Eduardo Morais, é tão alto que os clientes têm dificuldade de conversar. Incomodados, alguns desistem de jantar.

De terra batida
Os alagamentos levam os moradores de ruas de terra batida a redobrar a atenção ao sair de casa. Em trechos da Rua Ernesto de Souza Leão, em Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, o risco é o de cair e se machucar em buracos cobertos pelas águas. A salvação, dizem os moradores, são as calçadas dos imóveis.

Gatos no hospital
É terra fértil para gatos o Hospital Ulysses Pernambucano, o popular Hospital na Tamarineira. Na conta da diretoria, cerca de 50 felinos vivem na unidade psiquiátrica. Reproduzem-se tão rápido que a Secretaria de Direitos dos Animais do Recife terá agenda exclusiva de castramento hoje no local.

Livros raros
Faz jus às obras a exposição montada pela Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. De hoje a 30 de junho, seis livros raros, do século 19, poderão ser vistos na biblioteca, que fica em frente ao Parque 13 de Maio, no Recife. As obras foram restauradas. Entre elas, uma sobre a Guerra do Paraguai, de 1871.

Risco na calçada
No quesito higiene, as lixeiras de rua suspensas cumprem papel importante. Impedem animais de revivarem o lixo. Bronca é quando, a exemplo desta na Rua Augusto Rodrigues, no Torreão, a cesta desaparece e no lugar ficam peças de metal que se assemelham a armas, oferecendo risco de acidentes.