CURIOSAMENTE » Com rios e mares na sala de casa Pernambucanos adeptos do seleto hobby do aquarismo investem alto em aquários e peixes exóticos, em busca de natureza, status e prêmios de até R$ 30 mil

Publicação: 14/10/2017 03:00

Por um verdadeiro jardim, daqueles muito bem planejados, com rochas, plantas e troncos posicionados em localizações bem pensadas, “passeiam” pequenos peixes. E não há qualquer lago à vista. Para completar, o ambiente está contido num recipiente de vidro numa sala de estar. Esse é um dos aquários reconhecidos nacionalmente e no exterior encontrados na casa do pernambucano Thiago Eloi, 27. Esse entusiasmo por peixes ornamentais e aquários é compartilhado por um grande número de pessoas, em uma atividade que movimenta cerca de R$ 30 milhões em exportações por ano, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O menino que tentava montar aquários e, por falta de conhecimento, acabava matando peixes na infância tornou-se o aquapaisagista, profissional que monta jardins submersos em compartimentos especiais. Antes admirador de projetos pela internet, os jardins do pernambucano são os que fazem sucesso na rede hoje, garantindo lugar no pódio nos últimos dois anos, no Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo, o maior da América Latina na atividade. O campeão nacional de 2015 ainda ficou na posição 41 entre 3 mil concorrentes do International Aquatic Plant Layout Contest, o mais importante prêmio da categoria no mundo, com prêmios equivalentes a R$ 30 mil. Além das participações nas competições, ele ressalta a importância da troca de experiências para cair de cabeça no hobby. “No meio disso, conheci amigos que me ajudaram a entender as coisas, como o sistema e toda a biologia necessária para cultivar peixes e plantas”, relembra.

Quem também ficou fascinado pela prática de montar aquários e criar peixes foi André Suassuna,
27. Nesse caso, o interesse é por peixes considerados de grande porte, o que, por definição, impede o cultivo de plantas no cenário, já que a fauna dificulta a fixação das plantas. Com experiência em tanques e até com o gigante peixe amazônico pirarucu - que pode chegar até a 250 quilos -, ele cria em casa animais como um aruanã prata, com 60 cm de comprimento, além de dois peixes óscares, de cerca de 35 cm, em um aquário de 480 litros - que gira em torno de 1,5m de comprimento. Para comportar tudo isso, ele mantém um quarto anexo à sua sala, onde boa parte do espaço é também ocupada por um complexo sistema de filtragem. “Peixes maiores produzem dejetos maiores, exigindo uma filtragem bem mais cuidadosa da água”, relata.