Advogada nadou por duas horas no mar Detalhes do naufrágio que vitimou Maria Eduarda Medeiros no sábado (21) foram apresentados na sexta-feira pela defesa do seu noivo

Mareu Araújo

Publicação: 28/06/2025 03:00

Ademar Rigueira apresentou detalhes de como o barco saiu de Muro Alto e acabou sendo levado para o mar aberto (NIVALDO FRAN/DP FOTO)
Ademar Rigueira apresentou detalhes de como o barco saiu de Muro Alto e acabou sendo levado para o mar aberto


Em sua versão do que aconteceu na tarde do útimo sábado (21), o urologista Seráfico Júnior, de 55 anos, declarou a seus advogados que ele e sua noiva, a advogada Maria Eduarda Medeiros, 38, nadaram juntos por duas horas até ele perdê-la de vista. As informações foram repassadas pela defesa do médico, na última sexta-feira (27), quando, pela primeira vez, a história foi contada com mais detalhes.

Seráfico e Maria Eduarda estavam velejando, quando acabaram naufragando. Ela não conseguiu se salvar e seu corpo foi encontrado perto da Praia de Calhetas na terça-feira (24). Segundo Ademar Rigueira, eles saíram de um condomínio em Muro Alto, Ipojuca, a bordo de um tipo de barco movido a vela, indicado para áreas rasas. 

Seráfico, Eduarda e Belinha estavam a bordo. Ciods teria sido informado sobre o barco à deriva e avisou à Capitania dos Portos, mas o socorro não chegou (GOOGLE MAPS)
Seráfico, Eduarda e Belinha estavam a bordo. Ciods teria sido informado sobre o barco à deriva e avisou à Capitania dos Portos, mas o socorro não chegou


“Aquela é uma área totalmente protegida por arrecifes. É uma grande piscina de um metro e meio de profundidade. Eles estavam sem coletes, mas eram dois adultos em uma área extremamente protegida e rasa”.  De acordo com o advogado, esse tipo de embarcação não necessita de “habilitação” para navegar. O naufrágio teria ocorrido durante uma manobra, na Boca da Barra do Rio Ipojuca, onde o rio se encontra com o mar. “Quando Seráfico tentou voltar, um vento forte empurrou o barco para perto da boca e os fez serem sugados pela correnteza e a embarcação virar”, detalhou. 

De acordo com Rigueira, Seráfico teria colocado a cadela da noiva, Belinha, em cima do barco e orientado Maria Eduarda a se manter apoiada na embarcação até que ela afundasse. Após isso, eles teriam nadado, lado a lado, seguindo a correnteza. “O que ele me relatou é que eles conversavam o tempo todo”, afirmou. 

Segundo o advogado, ao se aproximarem das rochas, ele explicou a ela que as ondas os jogariam nas pedras, para que Eduarda tentasse se proteger e  subir”, contou Rigueira. Para a defesa, ela pode ter desmaiado por conta da pancada contra as rochas. “Seráfico estava com Belinha no braço. Ele diz que, pela posição do corte em sua cabeça e como ele a segurava, ela poderia ter amortecido a pancada”, afirmou. 

O médico teria conseguido subir e passou a chamar por Maria Eduarda. “Um rapaz ouviu os gritos e encontrou Seráfico. Ele me contou que ficou dizendo que Duda estava no mar, mas eles não conseguiram vê-la. Era quase 19h”, relatou o advogado. 

Por conta do choque contra as pedras, Seráfico foi internado no Hospital da Unimed, na Ilha do Leite, com escoriações por todo o corpo, um corte na cabeça e inchaço, conforme o advogado. Ele recebeu alta na última sexta.