Em busca de 25 mil papais noéis Quem quiser adotar uma das crianças que enviou uma carta aos Correios pode fazer o cadastro online no site do órgão e levar o presente na agência

Isabela Veríssimo
isabela.verissimo@diariodepernambuco.com.br
Especial para o Diario

Publicação: 17/11/2017 03:00

Neste ano, o Papai Noel dos Correios também vai chegar às crianças por meios digitais. A novidade é que as cartinhas escritas pelos pequenos para a campanha realizada pela empresa estão disponíveis no site www.correios.com.br para serem adotadas. Quem quiser assumir um ou mais pedidos deve fazer o cadastro online, escolher a carta e entregar o presente pessoalmente na Agência Central (Avenida Guararapes, Centro) ou no Centro Cultural Correios (Avenida Marquês de Olinda, Bairro do Recife), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Mais de 25 mil cartinhas de crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade social são esperadas. No ano passado, foram recebidas cerca de 18 mil. Somente na Região Metropolitana do Recife, foram mais de 11 mil presentes entregues.
Para quem quer fazer um pedido ao Bom Velhinho, é possível deixar a carta até o dia 11 de dezembro em algum dos dois pontos de entrega. Nelas, é necessário o nome da criança, o endereço e o pedido para o Papai Noel. Depois de lidas e selecionadas, as cartinhas são disponibilizadas com um código único, sem o endereço do remetente. A iniciativa preserva a privacidade em atendimento da criança por recomendação do Ministério Público. A entrega direta do presente também não é permitida. As cartas também podem ser adotadas em algum dos ponto fixos até o dia 22 de dezembro.
A campanha contempla também estudantes das escolas de rede pública e de instituições parceiras, numa parceria que visa promover o desenvolvimento da habilidade da redação, o endereçamento correto e uso do CEP. As cartinhas são divididas por pedidos para facilitar a escolha de acordo com a disponibilidade de quem vai adotar. Bolas, bonecas e bicicletas são os desejos mais comuns.
O pequeno José Augusto Bezerra luta há oito anos contra a anemia falciforme. Três vezes por mês faz tratamento na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) e deixou ontem a cartinha para o Papai Noel. “Estou pedindo uma bicicleta ou um tablet. Prefiro o tablet para ficar jogando enquanto estou no hospital”, conta. A mãe Vera Lúcia, de 54 anos, fica à disposição de José durante todo o dia. “É a primeira vez que ele vem trazer a cartinha. A doença já atingiu o fígado e o coração. Espero que o Papai Noel lhe responda para que fique mais feliz”, torce.
Ao chegar nos Correios, o dentista militar André Silva de Souza encontrou José. Quando a criança saiu, ele prontamente foi atrás da cartinha. “O que ele pediu? Quero adotar a cartinha dele”, indagou. Por questões de cadastro, André não conseguiu assumir o pedido de José. “Foi uma pena, mas tudo bem. Já peguei a de outra criança que está pedindo uma bola de couro e vou pegar mais algumas”, continuou. “É muito importante. Crianças carentes que não têm acesso ao que posso dar aos meus filhos. Sempre é tempo de agir”, afirma. O administrador Alberi Petersen, 50 anos, é veterano na campanha. “É o mínimo que podemos fazer”, contou.