ALERTA » Hospital da Restauração trata de 30 queimados graves por dia

Publicação: 21/11/2017 03:00

Os sete feridos em uma explosão ocorrida após vazamento de gás no bairro de Padre Roma, em Jaboatão, no sábado, estão internados em estado grave no Hospital da Restauração. As vítimas - cinco crianças, um idoso e uma mulher da mesma família - tiveram queimaduras em mais de 30% do corpo. O chefe da Unidade de Tratamento de Queimados do HR, Marcos Barreto, ressalta o aumento deste tipo de caso. Por dia, são 30 procedimentos sob anestesia geral nos pacientes e o volume de acidentados chegou a duplicar nos últimos três meses.

A média de crianças atendidas é de 1,7 mil por ano. Um dos motivos apontados é a substituição do gás de cozinha por álcool vendido em postos, e o armazenamento inadequado nas residências.

A família de Jaboatão relatou que estava manuseando um botijão de gás quando percebeu o vazamento. Entre as vítimas, a mais grave é um garoto de um ano e nove meses, internado na UTI pediátrica sob ventilação mecânica. Ele teve 90% do corpo atingido por queimaduras de segundo e terceiro graus.

Segundo Barreto, o menino foi submetido a anestesia geral ontem. “Ele estava sem conseguir manter a pressão e com a respiração muito deficiente. Foi necessário entubar por sobrevivência”, disse.

As outras quatro crianças, duas meninas de três anos, uma de oito e um menino de nove estão na enfermaria. O avô delas, Roberto Balbino, foi encaminhado à enfermaria geral por falta de vagas no setor especializado e sua filha, Maria Betânia da Silva Balbino, 24, recebe tratamento na enfermaria feminina.

Todos foram atingidos nos membros superiores e inferiores, tórax e face. “Não temos como determinar como será a recuperação, mas vão passar por períodos de readaptação, fisioterapia motora e possivelmente cirurgia reparadora”, disse o médico.

“Temos uma unidade lotada há algum tempo. O último aumento de leitos do estado para tratar queimados foi em 2001, no HR, quando saímos de 30 leitos para 40. Temos uma quantidade razoável de pacientes nos corredores aguardando vaga ou em outros andares que não são adequados para tratamento dos queimados”, acrescentou.