Um câncer comum e pouco levado a sério Dezembro Laranja conscientiza sobre o risco dos tumores na pele. HC faz mutirão de consultas

Publicação: 07/12/2017 03:00

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), anualmente surgem 176 mil novos casos de câncer de pele no país. Para alertar sobre os riscos da exposição solar sem proteção, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha Dezembro Laranja, promovendo consultas e exames em hospitais de todo país.

No Recife os atendimentos acontecem no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e nos Hospitais Oswaldo Cruz, Santo Amaro e Otávio de Freitas. Os pacientes são recebidos das 8h às 13h, por demanda espontânea, não sendo necessário marcar atendimento. São feitos exames e, dependendo dos casos, pode haver encaminhamento para biopsia ou até mesmo cirurgia. A cada três horas uma pessoa morre, no Brasil, de câncer de pele, tipo mais comum no país, que representa 30% de todos os tumores malignos. A variação mais perigosa é o melanoma, que mata cerca de 1,5 mil brasileiros ao ano. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em 2016 mostrou que 106 milhões de brasileiros têm o costume de se expor ao sol durante atividades de lazer. Mais de 60% não usam protetor solar no dia a dia e seis milhões de pessoas não se protegem quando frequentam praia ou piscina. Entre os grupos de risco estão trabalhadores da zona rural, pescadores, gente de pele clara (albinas ou não), pessoas com vitiligo ou que têm histórico pessoal ou familiar de câncer da pele. O indicado àqueles que estiverem nesses grupos é fazer consultas semestrais. Já quem não tem suspeita deve procurar um médico pelo menos uma vez por ano. “Durante todo ano, o Detor de Dermatologia faz atendimento direcionado à prevenção de câncer de pele, mas a campanha chama mais atenção de todos sobre os riscos, sintomas e lesões. Aproveitamos para dar orientações e detectar casos. Todos os pacientes são examinados em laboratório”, afirmou a dermatologista do Hospital das Clínicas, Márcia Helena de Oliveira. Somente no HC são realizadas cerca de 10 cirurgias diárias de pequeno porte. A faixa etária que tem maior incidência é entre adultos com mais de 40 anos. “Notamos que há dano cumulativo provocado pela falta de proteção diária. Muita gente acha que precisa passar protetor solar apenas quando vai à praia, mas esse deve ser um cuidado diário porque todos os dias estamos expostos, sobretudo na nossa região, que possui uma incidência de raio ultravioleta muito alta”, explica Márcia.