Importância de imóvel gerou projeto

Publicação: 13/11/2018 09:00

A importância histórica do casarão de número 1.596, no bairro da Graças, antiga moradia da família Rodrigues Mendes, foi o que motivou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) a disponibilizar os recursos para a reforma do equipamento através da Lei Rouanet. O projeto, com três anos de duração, consistiu na elaboração de um plano museológico do solar com a nova arrumação para a casa, além do inventário completo de todas as peças do acervo.

O acervo contempla móveis importados da Áustria no século 19, todas as obras expostas dos acadêmicos com livros autografados pelos escritores, a história da APL contextualizada com o bairro e da Ponte D’ Uchôa, além de fotos antigas das residências que existiam no entorno do casarão. Das 81 imóveis da Avenida Rui Barbosa, apenas 14 ainda estão de pé.

“A inauguração desse museu é a expressão perfeita do uso da Lei Rouanet. Quando você promove uma instituição como a Academia Pernambucana de Letras e dá vida contando a história do imóvel onde a APL está situada, desde as suas primeiras ocupações até hoje”, ressalta o assessor da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC), Roberto Azoubel.

Ao público, serão oferecidos três roteiros. Um para contar a história da APL e das obras dos acadêmicos. O segundo é uma memória da propriedade, mostrando como vivia a família Rodrigues Mendes, como eram os saraus da elite recifense e os costumes da época. O terceiro roteiro, no primeiro andar, exibe a coleção formada por iniciativa dos membros da APL, que reuniram peças diversas dos séculos 19 e 20 ao longo de mais de 100 anos.

“A abertura desse museu vem se somar aos numerosos equipamentos que estão na cidade do Recife, para oferecer uma formação humanística aos indivíduos e à cidade. Boa parte dos recifenses não conhecem a história da cidade no século 19”, disse o escritor Lucilo Varejão. Para a escritora e vice-presidente da APL, Luzilá Gonçalves, o Museu da Academia Pernambucana de Letras é um espaço de recuperação do passado com vistas ao futuro. “Que os estudantes possam visitar a sua própria história para entender o seu presente e o orgulho de quem já foi mais”, afirmou Luzilá.