Concurso histórico no Pátio de São Pedro

Publicação: 16/02/2019 03:00

Aos melhores porta-estandartes, o Recife guarda a tradição de premiá-los em um concurso cuja duração se perde no tempo. São décadas de premiação, que incluem a escolha dos melhores flabelistas, mestre-sala e porta-bandeira. As apresentações acontecem no Pátio de São Pedro. Os vencedores de sete categorias foram conhecidos no último dia 11. Clóvis Ramos, que disputou pela primeira vez, venceu a de Maracatu de Baque Virado. A disputa das demais categorias será na próxima segunda-feira.

A importância do concurso está ligada à simbologia dos estandartes, flabelos – espécie de estandarte dos blocos líricos – e bandeiras. “Eles são o abre-alas dos desfiles e a primeira imagem que o público vê de uma agremiação”, pontua o secretário executivo de Cultura do Recife, Eduardo Vasconcelos. Nessas peças, complementa, está um pouco da história das agremiações, como o nome e a data de fundação.

O concurso deste ano reúne 98 inscritos em 12 categorias. A primeira etapa, com sete categorias, contou com 41 inscritos para melhor porta-estandarte de Índio, Caboclinho, Maracatu Baque Virado e Boi de Carnaval. Na próxima segunda-feira, o concurso escolherá os primeiros e segundos lugares de porta-estandarte de Clube de Frevo/Troça Carnavalesca, Maracatu de Baque Solto, Porta Flabelo, Mestre-Sala e Porta-Bandeira entre os 47 concorrentes que faltam se apresentar.

A disputa no Pátio de São Pedro tem um caráter popular. Os concorrentes costumam ser acompanhados de torcidas. “São pessoas vindas de bairros distintos da cidade e até de outros municípios do estado”, contou Eduardo Vasconcelos. Daí, a preocupação em ter adiado, mas mantido, apesar das chuvas da última quarta-feira, a segunda etapa do concurso no pátio. Cogitou-se realizar a etapa em um lugar fechado. “Mas o espaço aberto é simbólico para o carnaval do Recife”, argumentou o secretário.

Torcida organizada conta no concurso, ao menos para animar os concorrentes. O que mais vale é o jurado. Para cada categoria, o concurso tem três jurados. Na hora de atribuir a nota, eles consideram os critérios coreografia, evolução, figurino e desenvoltura ao carregar o estandarte, o flabelo e a bandeira. Clóvis Ramos fez isso com maestria.