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Os sonhos completos do ensino integral
Filmado durante três anos, "Tudo que podemos ser" acompanha experiência de alunos de escolas públicas de três estados brasileiros
Publicação: 10/10/2022 03:00
Muito mais do que um documentário sobre educação, Tudo que podemos ser é um retrato das diferentes trajetórias e realidades vivenciadas por estudantes da rede pública do Ensino Médio Integral do Brasil. O projeto, que aborda as expectativas, os sonhos e a transformação de oito jovens, assim como o relato de suas famílias, é uma realização da Oficina Filmes e do Instituto Sonho Grande, em parceria com as secretarias de Estado de Educação de Pernambuco, Maranhão e Mato Grosso do Sul. O documentário pode ser visto no perfil do Youtube Quero Integral.
Durante três anos, as gravações – iniciadas em 2019 e finalizadas neste ano —acompanharam as rotinas, as mudanças e o desenvolvimento dos projetos de vida de Alexsandra, Cleanderson, Elias, Moisés, Nicole, Paloma, Raquel e Vitória. Jovens que, apoiados pelas ferramentas pedagógicas do Ensino Médio em Tempo Integral e pela equipe das escolas, se mantiveram resilientes em suas jornadas escolares e em meio ao período desafiador da pandemia de Covid-19.
O filme traz também o relato sobre a vida de cada um deles, planos para o futuro, suas angústias e contexto familiar. Além disso, mostra como a escola é também uma grande aliada na formação como cidadãos e na projeção para a vida adulta.
Moisés da Silva, um dos protagonistas do filme e ex-aluno da Escola de Referência em Ensino Médio Abílio de Souza Barbosa, em Orobó, no Sertão de Pernambuco, é um dos exemplos de superação. O estudante, natural de Casinhas, cidade localizada no Agreste pernambucano, andava (foi granado em 2019) mais de 30 minutos a pé até chegar ao ponto de ônibus e depois cruzava a cidade de Umbuzeiro (PB) para chegar à escola. Mesmo com todas as dificuldades, o jovem conseguiu trilhar um caminho de muitas conquistas. Em 2021, depois de concluir o Ensino Médio, mudou-se para o Recife (PE) para morar sozinho, trabalhar e cursar matemática na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Quando você é negro, pobre e jovem, a sua única opção é o estudo... E o Ensino Médio Integral abriu portas para mim. O EMI nos prepara melhor para o futuro, com a ampliação das matérias e da carga horária, mas o projeto de vida, a tutoria e as eletivas realmente eram surpreendentes. Com eles, entrávamos em contato com diferentes aprendizados, o que nos permitia aprofundar os conhecimentos e desenvolver nossos objetivos”, disse.
O jovem ainda destaca como a participação no documentário foi benéfica para o seu amadurecimento como estudante e pessoa. “As gravações me fizeram refletir sobre muitas coisas que antes eu não pensava, como meus objetivos com relação ao futuro e sobre o meu eu do passado. A cada ano de filmagem, respondíamos algumas das mesmas perguntas, mas as respostas nunca foram as mesmas. De 2019 para 2022 eu mudei bastante, evoluí mentalmente e fisicamente e saí de lá muito mais confiante para viver novas experiências”. Agora, trabalha em novos planos para a sua vida: terminar seu curso no Brasil e sair do país para dar os próximos passos acadêmicos no exterior.
Além de revelar diferentes realidades de cada estado – Maranhão, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, outra fortaleza do filme é que ele evidencia o papel do modelo de ensino integral, que traz uma proposta pedagógica multidimensional que muito se conecta às realidades dos jovens. “Ao focar nas vivências do Ensino Médio Integral, o projeto assiste ao crescimento dos estudantes como protagonistas de suas vidas, mostrando o potencial do modelo de transformar realidades, não somente nas escolas, mas em toda a sociedade”, afirmou Ana Paula Pereira, diretora-executiva do Instituto Sonho Grande.
Durante três anos, as gravações – iniciadas em 2019 e finalizadas neste ano —acompanharam as rotinas, as mudanças e o desenvolvimento dos projetos de vida de Alexsandra, Cleanderson, Elias, Moisés, Nicole, Paloma, Raquel e Vitória. Jovens que, apoiados pelas ferramentas pedagógicas do Ensino Médio em Tempo Integral e pela equipe das escolas, se mantiveram resilientes em suas jornadas escolares e em meio ao período desafiador da pandemia de Covid-19.
O filme traz também o relato sobre a vida de cada um deles, planos para o futuro, suas angústias e contexto familiar. Além disso, mostra como a escola é também uma grande aliada na formação como cidadãos e na projeção para a vida adulta.
Moisés da Silva, um dos protagonistas do filme e ex-aluno da Escola de Referência em Ensino Médio Abílio de Souza Barbosa, em Orobó, no Sertão de Pernambuco, é um dos exemplos de superação. O estudante, natural de Casinhas, cidade localizada no Agreste pernambucano, andava (foi granado em 2019) mais de 30 minutos a pé até chegar ao ponto de ônibus e depois cruzava a cidade de Umbuzeiro (PB) para chegar à escola. Mesmo com todas as dificuldades, o jovem conseguiu trilhar um caminho de muitas conquistas. Em 2021, depois de concluir o Ensino Médio, mudou-se para o Recife (PE) para morar sozinho, trabalhar e cursar matemática na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Quando você é negro, pobre e jovem, a sua única opção é o estudo... E o Ensino Médio Integral abriu portas para mim. O EMI nos prepara melhor para o futuro, com a ampliação das matérias e da carga horária, mas o projeto de vida, a tutoria e as eletivas realmente eram surpreendentes. Com eles, entrávamos em contato com diferentes aprendizados, o que nos permitia aprofundar os conhecimentos e desenvolver nossos objetivos”, disse.
O jovem ainda destaca como a participação no documentário foi benéfica para o seu amadurecimento como estudante e pessoa. “As gravações me fizeram refletir sobre muitas coisas que antes eu não pensava, como meus objetivos com relação ao futuro e sobre o meu eu do passado. A cada ano de filmagem, respondíamos algumas das mesmas perguntas, mas as respostas nunca foram as mesmas. De 2019 para 2022 eu mudei bastante, evoluí mentalmente e fisicamente e saí de lá muito mais confiante para viver novas experiências”. Agora, trabalha em novos planos para a sua vida: terminar seu curso no Brasil e sair do país para dar os próximos passos acadêmicos no exterior.
Além de revelar diferentes realidades de cada estado – Maranhão, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, outra fortaleza do filme é que ele evidencia o papel do modelo de ensino integral, que traz uma proposta pedagógica multidimensional que muito se conecta às realidades dos jovens. “Ao focar nas vivências do Ensino Médio Integral, o projeto assiste ao crescimento dos estudantes como protagonistas de suas vidas, mostrando o potencial do modelo de transformar realidades, não somente nas escolas, mas em toda a sociedade”, afirmou Ana Paula Pereira, diretora-executiva do Instituto Sonho Grande.