Professores do estado exigem reajuste salarial Aulas estão paralisadas até hoje. Sindicato da categoria diz que governo do estado não aceita pagar piso para todos. Hoje, haverá assembleia para discutir movimento

Eduarda Oliveira
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Publicação: 09/05/2023 03:00

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) convocou, ontem, a categoria dos profissionais da educação da rede estadual de ensino para uma vigília, enquanto aguardavam a mesa de negociação que aconteceu à tarde na sede da Secretaria da Administração, na Zona Sul do Recife. O movimento faz parte da campanha salarial educacional deste ano, que exige do Governo de Pernambuco o reajuste do Piso Salarial do Magistério para toda carreira da educação pública estadual (14,95% previstos para este ano). Isso significa que o aumento precisa chegar a todos os profissionais, não apenas para aqueles que recebem abaixo do piso, incluindo os aposentados, como denuncia os professores. Não houve aulas na rede.

“O governo ofereceu o reajuste apenas para seis mil efetivos, deixando de fora mais de 50 mil trabalhadores. É uma proposta que divide e exclui a maior parte de nossa categoria”, afirmou a presidente do Sintepe, Ivete Caetano. O sindicato alega que, em 14 de abril, a Secretaria de Educação propôs reajustar o Piso Salarial apenas para professores que estão abaixo do valor do atual que é de R$ 4.420,55, o que atingiria uma mínima parte dos professores concursados e deixaria de fora aqueles que estão em sala de aula há mais tempo. Ainda segundo eles, o reajuste viria em parcelas e só a partir de outubro. Além disso, os aposentados e funcionários da Secretaria de Educação também estavam descobertos, denuncia Ivete.

“Nossa luta não é só pelo piso, porque o piso não chega a todos. Nossa luta é para que o piso seja para todos aqueles que estão acima do valor do piso atual”, reclamou a professora Cintia Sales, diretora de formação política do sindicato.

Participaram da reunião, além do Sintepe, membros da Secretaria de Educação e de Administração, além de representantes de outros sindicatos. O que ficou decidido durante reunião, que não foi informado, vai ser debatido em assembleia na manhã de hoje, em que também está prevista paralisação de aulas. “Vamos avaliar a negociação e traçar os próximos passos que a luta vai ter que fazer para garantir piso, carreira para todos e todas e também a valorização profissional”, comentou a presidente.

A semana terá intensa agenda de mobilizações. Amanhã e quinta-feira, o Sintepe participará de um seminário com outros sindicatos da educação pública para tratar do monitoramento do uso dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Já na sexta-feira (12), às 14h, no Auditório G2, da Unicap, será realizado um debate sobre o Novo Ensino Médio (NEM).