Metrô volta a funcionar 100% na segunda-feira Metroviários decidiram suspender a paralisação da categoria, mas mantiveram o estado de greve, enquanto reavaliam as negociações abertas com a CBTU

Publicação: 26/08/2023 03:00

Após 23 dias, acabou a greve do Metrô do Recife (Metrorec). A decisão veio na noite dessa sexta-feira (25), após mais uma assembleia da categoria, na Estação Central do Recife. Com isso, as 36 estações espalhadas pelo Grande Recife voltarão a operar normalmente a partir desta segunda-feira (28).

Durante a assembleia, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) defendeu que a categoria obteve uma “grande vitória” após receberem a garantia da recuperação do Metrorec pelo governo federal. Além disso, também serão restituídos os valores descontados em folha suplementar até o quinto dia útil do próximo mês. Pesou nessa negociação movimentações políticas, nos últimos dias, com vistoria de congressistas da base aliada do Governo Lula, como o senador Humberto Costa e o deputado federal Túlio Gadêlha. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), controladora do sistema, é uma estatal federal.

Apesar de voltarem aos postos de trabalho, o acordo não foi ainda fechado, incluindo o reajuste salarial. Por isso, os metroviários decidiram, também, que manterão o “estado de greve”.

“Teremos uma nova assembleia, no dia 5 de setembro, para avaliar a resposta da CBTU”, afirmou o presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares.

O Metrorec vinha funcionando em 100% durante os horários de pico da manhã e da noite, mas fechando as estações nos demais. Os metroviários chegaram a ensaiar uma radicalização, com todo o sistema parado, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região começou a  multar o Sindmetro-PE.

PROPOSTAS

Segundo o Sindmetro-PE, a diligência do Senado e Câmara Federal, juntamente com uma comitiva de parlamentares pernambucanos, garantiu a recuperação do Metrô.

Sobre as propostas aprovadas para acabar com a greve, os metroviários acenaram em aceitar o reajuste de 3,45% proposto anteriormente pela CBTU, apesar de ser menos da metade dos 7% desejados anteriormente pelo sindicato.

Conseguiram, entretanto, que seja garantida a permanência de funcionários do Metrorec, mesmo que realocados em outros postos, em caso de privatização do sistema. A categoria é contrária à privatização e chegou a ir em caravana a Brasília pleitear junto ao governo federal a da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND). o receio é que aconteça o mesmo que houve em Belo Horizonte, cuja CBTU foi para a iniciativa privada em janeiro deste ano, com demissões.