Um ano do acidente no Mirabilandia
Falha de um brinquedo deixou a professora Dávine Muniz gravemente ferida. Após quatro meses internada em vários hospitais, ela faleceu
Adelmo Lucena
Publicação: 23/09/2024 03:00
O dia de ontem foi de luto para José Leandro Cordeiro da Silva e Valéria Muniz, pais da professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, arremessada de um brinquedo no Mirabilandia, em setembro de 2023. O acidente, ocorrido no maior parque de diversões de Pernambuco, completou um ano no dia 22 de setembro, reavivando uma série de dores e momentos difíceis para a família.
Dávine ficou gravemente ferida após a estrutura da atração Wave Swinger se soltar enquanto girava em alta velocidade. Com a queda, sofreu ferimentos na cabeça. Inicialmente, ela foi levada ao Hospital da Restauração, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo.
O parque, localizado em Olinda, foi interditado no mesmo dia pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e por fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea).
Em 24 de setembro, a família iniciou uma batalha para a transferência da professora para um hospital particular, mas o Mirabilandia recusou-se a custear a internação, alegando que ela não possuía plano de saúde. Em 2 de outubro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o parque arcasse com os custos, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
Dávine foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Marcos, em 3 de outubro. Em novembro, o Instituto de Criminalística revelou que a estrutura do brinquedo se rompeu devido à corrosão dos elos das correntes que sustentavam a cadeira. No dia 18 de dezembro, ela apresentou evolução, respirando sem ajuda de aparelhos.
No mesmo mês, o advogado do Mirabilandia relatou que a internação não era mais necessária devido ao risco de infecção hospitalar. A casa precisaria ser adaptada para recebê-la com home care.
Dávine foi transferida novamente no dia 11 de janeiro de 2024, para o Hospital Hapvida Ilha do Leite, que era coberto pelo seu plano de saúde. No entanto, ela não resistiu e faleceu no dia 1º de fevereiro.
Durante todo o período, o primo de Dávine, o médico Ricardo Lima, de 52 anos, atuou como porta-voz. Segundo ele, a família continua profundamente abalada. “A família ainda vive aquele luto que sabíamos que duraria muito tempo. O pai conseguiu ‘sobreviver’, mesmo com altos e baixos, tentando levar uma vida ‘normal’. Mas a mãe, infelizmente, continua em depressão profunda e se recusa a sair de casa”, explica Ricardo.
Durante o período de luto e enquanto a filha estava hospitalizada, Leandro Cordeiro e Valéria Muniz tiveram que lidar com questões judiciais para garantir os direitos de Dávine, tornando o processo ainda mais exaustivo. “Dávine não morreu sozinha, os pais também morreram emocionalmente”, desabafa Ricardo.
Segundo a advogada da família, Sandra Filizola, o Mirabilandia vem cumprindo os acordos firmados na Justiça, apesar de algumas resistências iniciais. “Tudo o que foi acordado com o Mirabilandia, tanto na área Cível quanto na Criminal, está sendo cumprido integralmente. A família nunca teve relação direta com o parque, apenas por meio dos advogados”, explicou.
Ainda segundo a advogada, o parque ofereceu apoio psicológico aos pais de Dávine, mas houve resistência por parte da mãe, que hoje faz tratamento psiquiátrico pelo SUS. “Não há pendências, e todos os direitos da família estão garantidos. O que resta é a dor, que aumenta à medida que se aproxima a data do acidente”, complementa.
Dávine ficou gravemente ferida após a estrutura da atração Wave Swinger se soltar enquanto girava em alta velocidade. Com a queda, sofreu ferimentos na cabeça. Inicialmente, ela foi levada ao Hospital da Restauração, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo.
O parque, localizado em Olinda, foi interditado no mesmo dia pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e por fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea).
Em 24 de setembro, a família iniciou uma batalha para a transferência da professora para um hospital particular, mas o Mirabilandia recusou-se a custear a internação, alegando que ela não possuía plano de saúde. Em 2 de outubro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou que o parque arcasse com os custos, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
Dávine foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Marcos, em 3 de outubro. Em novembro, o Instituto de Criminalística revelou que a estrutura do brinquedo se rompeu devido à corrosão dos elos das correntes que sustentavam a cadeira. No dia 18 de dezembro, ela apresentou evolução, respirando sem ajuda de aparelhos.
No mesmo mês, o advogado do Mirabilandia relatou que a internação não era mais necessária devido ao risco de infecção hospitalar. A casa precisaria ser adaptada para recebê-la com home care.
Dávine foi transferida novamente no dia 11 de janeiro de 2024, para o Hospital Hapvida Ilha do Leite, que era coberto pelo seu plano de saúde. No entanto, ela não resistiu e faleceu no dia 1º de fevereiro.
Durante todo o período, o primo de Dávine, o médico Ricardo Lima, de 52 anos, atuou como porta-voz. Segundo ele, a família continua profundamente abalada. “A família ainda vive aquele luto que sabíamos que duraria muito tempo. O pai conseguiu ‘sobreviver’, mesmo com altos e baixos, tentando levar uma vida ‘normal’. Mas a mãe, infelizmente, continua em depressão profunda e se recusa a sair de casa”, explica Ricardo.
Durante o período de luto e enquanto a filha estava hospitalizada, Leandro Cordeiro e Valéria Muniz tiveram que lidar com questões judiciais para garantir os direitos de Dávine, tornando o processo ainda mais exaustivo. “Dávine não morreu sozinha, os pais também morreram emocionalmente”, desabafa Ricardo.
Segundo a advogada da família, Sandra Filizola, o Mirabilandia vem cumprindo os acordos firmados na Justiça, apesar de algumas resistências iniciais. “Tudo o que foi acordado com o Mirabilandia, tanto na área Cível quanto na Criminal, está sendo cumprido integralmente. A família nunca teve relação direta com o parque, apenas por meio dos advogados”, explicou.
Ainda segundo a advogada, o parque ofereceu apoio psicológico aos pais de Dávine, mas houve resistência por parte da mãe, que hoje faz tratamento psiquiátrico pelo SUS. “Não há pendências, e todos os direitos da família estão garantidos. O que resta é a dor, que aumenta à medida que se aproxima a data do acidente”, complementa.
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