Policiais militares são alvo de operação A Polícia Civil detalhou as estratégias de organização criminosa para atrair as pessoas, que faziam investimentos sem receber retorno

Publicação: 21/12/2024 03:00

Alvo da Operação Efectivo, deflagrada esta semana para investigar o crime de pirâmide financeira, a quadrilha contava com policiais militares de dois Estados e muita ousadia para enganar as vítimas. Nesta sexta (20), a Polícia Civil detalhou as estratégias dessa organização criminosa para atrair as pessoas, que sofreram prejuízo de mais de R$ 5 milhões ao acreditarem em uma suposta plataforma de investimentos.

Segundo a delegada  Stephanie Almeida, adjunta da Delegacia de Polícia de Repressão ao Estelionato, os criminosos prometiam lucros de 1,99% para atrair o interesse das vítimas para depositar recursos na suposta plataforma. “Prometiam até 300% de lucros em três meses. Muito acima do praticado no mercado”, observou a delegada. Com o dinheiro em mãos, os criminosos faziam repasses para contas cedidas ou de “laranjas”.

“Não existia investimento nenhum. O dinheiro terminava voltando para as mãos dos donos da empresa que aplicava o golpe”, acrescentou a delegada. Almeia disse que os bandidos até repassavam alguma quantia para os investidores. “Era para manter as aparências. Eles faziam eventos luxuosos e chegavam com carros e relógios caros e, principalmente, se apresentavam como policiais militares”, declarou a policial.

Segundo Almeida, um dos policiais é de Pernambuco e o outro, de Alagoas. Um deles é sócio da empresa envolvida na suposta plataforma de investimentos. O outro cedia contas para depósitos para supostos aportes financeiros. No dia da ação, os policiais confiscaram joias e relógios e carros de luxo. A delegada disse que o caso serve para chamar a atenção. “Não se deve acreditar em promessa de lucro  desse tipo. Muito alto e acima do praticado no mercado”, afirmou. Ela ressaltou que, nesse caso, a empresa não tinha autorização para trabalhar com ativos financeiros nem CNPJ.

Segundo a polícia, as vítimas realizavam investimentos financeiros numa suposta plataforma chamada “Xpert Trade” ou de aposta denominada  “Trading Esportivo”. Os investigados captavam clientes para “realizar investimentos financeiros, com rentabilidade certa e garantida, sendo assegurado também que o investidor poderia retirar o valor do investimento a qualquer momento’. Nos primeiros meses, as vítimas receberam o rendimento, mas a partir dos meses seguintes os valores não eram mais repassados.