Uso incorreto de antibiótico traz riscos Automedicação deve ser evitada para impedir consequências tanto para a sociedade quanto para o indivíduo, criando "superbactérias"

Luíza Cabral Saraiva
Estúdio DP
Conteúdo Publieditorial

Publicação: 08/01/2025 03:00

Desde a sua descoberta na década de 40, os antibióticos contribuem diretamente na redução do número de mortes causadas por infecções. Nos dias atuais, no entanto, o uso desenfreado dessas substâncias, em conjunto com a automedicação cada vez mais frequente, vem criando um novo problema para a medicina: o aparecimento de bactérias super-resistentes, as “superbactérias”.

Elas levam esse nome por se tratarem de organismos que adquiriram uma resistência a antimicrobianos (substâncias que matam ou inibem o crescimento de microrganismos). Segundo o clínico geral do Hospital Jayme da Fonte, Plínio Eulálio, o uso incorreto dos antimicrobianos, seja usando-os por um período e quantidade diferente do que o prescrito ou até mesmo não respeitando o horário de sua ingestão, facilita a multiplicação de bactérias resistentes.

Um estudo publicado em 2024, na revista científica The Lancet, alerta que a resistência aos antibióticos pode causar diretamente mais de 39 milhões de mortes no mundo e estar associada a 169 milhões de óbitos entre os anos de 2025 e 2050. Em outra pesquisa realizada em 2024 pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 86% dos entrevistados admitiram tomar medicamentos sem orientação de um prescritor.

“Nós, prescritores, sabemos que toda medicação que produz benefício, também tem efeitos colaterais. E quando a pessoa não tem esse conhecimento, ela corre risco porque, se estiver usando uma medicação incorreta, os efeitos colaterais podem estar presentes, mas ela não vai ter o benefício”, avisa o especialista.

Ao utilizar os antibióticos de maneira errada, as bactérias mais fracas são destruídas enquanto que as mais resistentes continuam a se multiplicar, aumentando a gravidade da doença. Por isso, os médicos e profissionais da saúde estão enfrentando, atualmente, um crescimento na resistência das bactérias maior do que a capacidade de criar novas medicações que possam combater essas mesmas bactérias.

O clínico geral conclui que, para impedir a proliferação das superbactérias, a automedicação deve ser evitada, e é necessário conscientizar a população acerca dos efeitos colaterais das medicações e as consequências do seu uso equivocado. Por fim, ele também lembra a importância da vacinação, já que uma população vacinada reduz a incidência de doenças e a gravidade de eventuais infecções.

Consolidado no Polo Médico do Recife – o segundo maior do Brasil, o Hospital Jayme da Fonte é reconhecido por sua qualidade. Tanto que recebeu o Selo Prata, concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que verifica e valida a qualidade de serviços de saúde no Brasil, com foco na segurança do paciente.