Mães por Pernambuco completa um ano Programa do governo do estado paga ajuda mensal de R$ 300 para mães ou responsáveis que estejam em situação de vulnerabilidade

LARISSA AGUIAR

Publicação: 21/04/2025 03:00

Maria Kilma, seu bebê e a governadora Raquel Lyra no lançamento do programa (ARQUIVO PESSOAL)
Maria Kilma, seu bebê e a governadora Raquel Lyra no lançamento do programa

O Programa Mães de Pernambuco completa seu primeiro ano com um impacto transformador na vida de milhares de mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade extrema. Vinculado ao plano Pernambuco Sem Fome, o programa tem sido uma ferramenta essencial de combate à pobreza e de fortalecimento das famílias chefiadas por mulheres sem renda formal, oferecendo R$ 300 mensais para mais de 100 mil famílias em todo o estado.

O Mães de Pernambuco nasceu com o objetivo de garantir mais dignidade a mulheres gestantes, mães ou responsáveis por crianças de até seis anos (72 meses), desde que cumpram simultaneamente critérios como estar inscritas e regulares no Cadastro Único, ser beneficiárias do Bolsa Família e residirem no estado. Mais que um programa de transferência de renda, trata-se de uma ação articulada que envolve o poder público estadual, os municípios e a rede de assistência social.

Desde o lançamento, em março de 2024, o programa já atendeu mais 116 mil mulheres, com um investimento de mais de R$ 266,96 milhões. Em fevereiro de 2025, o programa atingiu o marco de 100 mil mulheres confirmando participação em um único ciclo.

Para o secretário estadual de Assistência Social, Carlos Braga, o programa tem cumprido com êxito sua missão de garantir condições mínimas de dignidade às famílias mais vulneráveis de Pernambuco. “Quando o programa foi criado, a prioridade da governadora Raquel Lyra era apoiar os lares mais frágeis, principalmente aqueles chefiados por mulheres com crianças pequenas. Um ano depois, o retorno tem sido extremamente positivo. As mulheres relatam melhorias significativas nas condições de moradia, alimentação e segurança dos filhos”, explicou.

Segundo Braga, o impacto vai além do que mostram os números. “Muitas dessas mulheres conseguiram sair de casas insalubres para moradias mais seguras. Outras passaram a ter alimentação de qualidade à mesa, algo que parecia inalcançável antes. E isso sem falar no fortalecimento do comércio local, que tem sentido o reflexo positivo da circulação desse recurso nos 184 municípios do estado.”

SEGURANÇA
Na cidade de São Vicente Férrer, Maria Kilma Mendes da Silva, de 34 anos, mãe de três filhos, é uma das mulheres beneficiadas desde o lançamento do programa. “No dia em que o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) me ligou dizendo que eu tinha sido contemplada, chorei de emoção. Era a chance de mudar minha vida e a dos meus filhos. Com o dinheiro, pude dar o melhor e oferecer mais segurança e comida digna para minha família”, contou.

Maria Kilma também destaca o suporte contínuo do CRAS e de outros programas municipais, como o Criança Feliz, que ampliaram a rede de apoio à sua família. “Não me sinto mais sozinha. Sei que posso contar com a assistência social e com o estado para caminhar em direção a uma vida mais justa”, relatou.

Para assegurar que o benefício atinja as famílias mais necessitadas, o governo do estado adotou critérios rigorosos de seleção. Além da exigência de ausência de renda formal e da responsabilidade sobre crianças de até seis anos, o programa utiliza como critério de desempate uma lista de 24 indicadores de vulnerabilidade, como ser mãe solo, viver em moradias precárias, ser catadora de recicláveis ou residir em comunidades tradicionais.

“A complexidade para encontrar as 100 mil mulheres mais vulneráveis do estado exigiu um trabalho técnico minucioso e o envolvimento direto das equipes dos municípios. Sem esse apoio, não seria possível realizar a seleção de forma justa e efetiva”, explicou o secretário Carlos Braga.

INDICADORES

Com orçamento de R$ 360 milhões anuais, o Mães de Pernambuco não apenas ampara o presente das famílias beneficiadas, mas também investe no futuro. Em 2025, o governo registrou queda nos índices de desnutrição infantil e redução nos casos de extrema pobreza, reflexo direto da política de transferência de renda aliada a programas como o Bom Prato, que distribui refeições nas cozinhas comunitárias do estado.

Para além do repasse financeiro, o programa é parte de uma estratégia intersetorial. A Secretaria de Assistência Social também realiza estudos para ampliar o acesso das mães a creches, serviços de saúde e programas de qualificação profissional. “A ideia é que essas mulheres possam sair da condição de vulnerabilidade e caminhar com suas próprias pernas. A renda é o primeiro passo, mas o apoio integral é o que garante uma mudança real de vida”, afirmou Braga.

O objetivo do governo do estado é de que o Mães de Pernambuco se torne permanente. “É uma política pública que se provou eficiente, humana e transformadora. Nosso compromisso é seguir junto com essas mulheres, promovendo não só o alívio da pobreza, mas a construção de um novo futuro para milhares de crianças pernambucanas”, ressaltou o secretário. Os pagamentos são realizados pela Caixa Econômica Federal, que também é responsável pelo envio dos cartões do programa às beneficiárias. O valor de R$ 300 independe do número de crianças

O cadastro para novas beneficiárias é anunciado pelo governo sempre que há vagas em aberto. Para se inscrever, é preciso entrar no site www.maesdepernambuco.pe.gov.br, clicar em confirmar participação e informar o Número de Identificação Social (NIS) e a data de nascimento. O sistema faz uma consulta ao banco de dados e indica se a pessoa tem direito ou não ao benefício.