Morte em piscina: família reclama de negligência Luiz Ferreira Neto, de 27 anos, foi enterrado, ontem, no Cemitério Parque das Flores, no Recife. Ele queria ser bombeiro e treinava apneia no Clube Náutico

Publicação: 08/04/2025 03:00

Emoção: Parentes, amigos e colegas foram ao entrerro do aspirante a bombeiro (FRANCISCO SILVA/DP FOTO)
Emoção: Parentes, amigos e colegas foram ao entrerro do aspirante a bombeiro

O aluno do curso de formação de bombeiros Luiz França Ferreira Neto, de 27 anos, foi enterrado, ontem, no Cemitério Parque das Flores, na Zona Oeste do Recife, com uma cerimônia marcada pela emoção. Cerca de 200 pessoas, entre alunos do curso e bombeiros, participaram do funeral, que teve toque de corneta e gritos de guerra entoados por colegas.

Luiz morreu no domingo (6), durante um treinamento em apneia, na piscina do Clube Náutico Capibaribe, nos Aflitos, na Zona Norte. Abalada, a família ainda tenta processar a perda jovem, que se preparava para a prova de  técnica de mergulho sem ar comprimido.

Antes do funeral, o Diario de Pernambuco conversou com o padrasto de Luiz, Jackson Nunes. De acordo com ele, houve “negligência” do clube, uma vez que a vítima teria ficado cerca de 15 minutos submerso, sem que os salva-vidas do parque aquático tivessem percebido. “Foi uma mistura de fatalidade com negligência do Clube Náutico Capibaribe”, comentou.

OCORRIDO
Jackson contou que Luiz foi para o parque aquático com dois colegas. “Os dois ficaram em outra piscina, e ele nessa piscina mais profunda, entre cinco e sete metros. Só que houve algum problema com ele lá embaixo. Não tinha ninguém na supervisão para verificar que ele estava demorando para voltar”, disse.

“Era para ter salva-vida ali próximo, não tinha ninguém”, reclamou. O padrasto disse, ainda, que  os socorristas disseram que ele passou mais ou menos 15 minutos debaixo d’água, submerso.  “Quando colocaram ele na borda da piscina, tentaram reanimar de todas as maneiras, não conseguiram”, relatou Jackson

Mesmo ainda sem o laudo oficial da causa da morte de Luiz, a família do rapaz disse que não acredita que ele tenha tido qualquer tipo de mal súbito quando realizava o treinamento. “Foi um afogamento. Ele era muito bem de saúde”, comentou o padrasto.

NÁUTICO
No domingo, o Náutico chegou  a divulgar uma nota lamentando a morte do aluno do curso de bombeiros. “Apesar dos esforços realizados pela equipe de profissionais do clube e posteriormente pelo Samu, infelizmente, o jovem não resistiu.  A vítima veio a óbito enquanto praticava apneia, técnica usada para suspender a respiração durante um período prolongado”, informou o clube. Questionado ontem sobre as acusações feitas pela família do aspirante, o Clube, no entanto, preferiu não responder.