MPPE denuncia mulher no caso Arthur
Giselda da Silva Andrade foi acusada de praticar os crimes de homicídio, estupro e tortura do menino de dois anos na cidade de Tabira
Publicação: 09/05/2025 03:00
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Vizinhos de Giselda disseram que ela mantinha uma conduta sistemática de violência |
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu, ontem, denúncia à Justiça contra Giselda da Silva Andrade, 30 anos, acusada de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura praticados contra o menino Arthur de apenas dois anos de idade. Arthur morreu no dia 16 de fevereiro deste ano, no município de Tabira, Sertão do Pajeú. A denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça da Comarca de Tabira após a análise do inquérito policial, recebido na última terça-feira (6).
Segundo os autos, a vítima foi submetida de forma reiterada a agressões físicas, maus-tratos, privação de cuidados essenciais e violência sexual. A brutalidade dos atos resultou na morte da criança por asfixia mecânica e traumatismo craniano. Giselda, e o seu então companheiro, Antônio Lopes Sever, 42, eram responsáveis pelos cuidados da criança, enquanto a mãe do garoto vivia fora do estado.
CONDUTA
Testemunhas ouvidas durante as investigações relataram que a acusada mantinha uma conduta sistemática de violência, aproveitando-se de sua condição de guardiã de fato para aplicar castigos físicos cruéis e injustificáveis à criança. O Ministério Público destacou o caráter hediondo dos crimes, reforçando a necessidade de uma responsabilização exemplar.
“Em razão da gravidade dos fatos, o MPPE solicitou o recebimento da denúncia e o prosseguimento da ação penal. A promotoria espera que a Justiça atue com firmeza, diante das evidências contundentes apresentadas”, diz o comunicado do Ministério Público.
O crime chocou a população de Tabira no dia 16 de fevereiro de 2025, quando a criança de dois anos foi encontrada por uma vizinha de Giselda. Ela estranhou o fato do menino não ter se levantado da cama. Ao entrar na casa, percebeu marcas de cortes pelo corpo da vítima e acionou a Polícia Militar.
Após fugir de Tabira, o casal foi capturado na zona rural de Carnaíba. Ao serem levados para a delegacia, Antônio, conhecido como Frajola, foi retirado da viatura pela população no momento e linchado. Após a morte do parceiro, Giselda foi encaminhada para uma das unidades do sistema prisional não informado por questões de segurança.
Em março, o MPPE chegou a devolver à Polícia Civil, o inquérito sobre o caso. O órgão solicitou uma investigação sobre uma possível participação da mãe da criança, e mais informações sobre o crime.
O laudo pericial confirmou as suspeitas: a criança morreu em decorrência de asfixia mecânica e traumatismo craniano. As investigações revelaram um histórico de abusos físicos, negligência e violência sexual, levando à responsabilização da mulher que exercia a guarda da criança de maneira informal.