Na Semana do Meio Ambiente, situação do Capibaribe preocupa
Há um ano, a qualidade da água do rio é considerada ruim por entidades que realizam o monitoramento
Publicação: 03/06/2025 03:00
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Classificado como ruim, o Capibaribe não tem condições de ser usado para abastecimento humano ou na indústria |
Na Semana do Meio Ambiente - que culmina no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado na próxima quinta-feira (5) -, o Diario de Pernambuco chama a atenção para um problema que vem se agravando nos últimos tempos: a piora na qualidade da água do Rio Capibaribe. Segundo análise da Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Bioma do Brasil, a situação do Capibaribe é considerada ruim desde junho do ano passado.
Em janeiro e março de 2024, as condições da água chegaram a apresentar um quadro regular, mas desde então, não houve melhora. Pelo tamanho de sua abrangência, que inclui as regiões do Agreste, Zona da Mata e Litoral, a bacia hidrográfica do Capibaribe é uma das mais importantes do estado. Desde sua nascente, entre os municípios de Poção e Jataúba, à sua foz, no Recife, o rio corta 42 municípios.
Com uma qualidade classificada como ruim pelo programa Observando Rios, realizado pela Fundação, isso significa que o Capibaribe não tem condições para usos na agricultura, na indústria ou para abastecimento humano.
ESGOTO
De acordo com o estudo, o Capibaribe sofre principalmente com o despejo de esgoto doméstico, que supera a capacidade de diluição natural do rio. A falta de coleta e tratamento adequados de esgoto é apontada como a principal causa dessa piora. A situação, segundo os especialistas, compromete tanto a qualidade de vida dos moradores quanto a experiência dos visitantes.
“Se medidas eficazes não forem tomadas imediatamente, a tendência é que a qualidade continue ruim nos próximos anos. Para reverter esse cenário, é essencial que o serviço de coleta e tratamento de esgoto alcance toda a população da bacia do Capibaribe”, alerta o relatório feito pelo SOS Mata Atlântica com base apenas nos resultados de 2024.
BRASIL
O problema do Capibaribe não é isolado. O documento “Observando Rios” mostra ainda que, nas bacias da Mata Atlântica monitoradas, apenas 7,6% dos pontos possuem qualidade boa, enquanto 75,2% estão em situação regular, 13,8% ruins e 3,4% péssimos.
Nenhum dos rios monitorados atingiu a classificação “ótima”. O levantamento reforça que as precárias condições de infraestrutura urbana, especialmente a falta de rede de esgotamento sanitário, estão diretamente ligadas à piora da qualidade da água.
FISCALIZAÇÃO
Sobre a situação do Capibaribe, a Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH) informou que realiza fiscalizações em empreendimentos instalados nas proximidades do rio, principalmente no interior do estado. Nos últimos dois anos a agência multou e aplicou autos de infração em 18 empreendimentos, além de interditar duas lavandeiras, que estavam despejando efluentes irregulares no rio.
A CPRH destacou que tem um acordo de cooperação técnica com o Recife para que a gestão municipal realize o licenciamento e fiscalização ambiental. “A Agência ressalta que não se exime de realizar fiscalizações no Recife, mas faz de forma suplementar, quando demandada, ou quando recebe denúncias”.
Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Meio Ambiente tem como tema, este ano, o combate à poluição plástica.
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