Despedida de Lessa tem emoção e frevo
Familiares, músicos e admiradores fizeram questão de acompanhar o cortejo do maestro que deixou sua marca na música pernambucana
LARISSA AGUIAR
Publicação: 24/07/2025 03:00
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Músicos de várias orquestras homenagearam o maestro |
Aos 89 anos, Maestro Lessa partiu de forma repentina na última terça-feira (22), após um infarto. Conhecido por sua rigidez profissional, generosidade com os colegas e paixão inabalável pelo frevo em todas as suas formas e dos mais antigos aos mais novos.
“Ele nunca tinha ficado doente. Saúde de ferro. Com 89 anos, dizia que não sentia dor de cabeça, não pegava gripe”, contou Givanildo José, um dos filhos. “Foi um pai honesto, sincero, respeitoso. Nunca vi igual”.
A despedida, embalada por frevos clássicos que ele sempre incluía em seu repertório, foi reflexo da trajetória de um homem que viveu para a música. Segundo o músico Sidengard Pereira, que tocava com o maestro desde o final dos anos 2000, Lessa foi um verdadeiro pai para os músicos da orquestra. “Ele era rígido. Não aceitava atrasos, nem roupas fora do padrão. Mas era extremamente generoso. Já me ajudou a comprar instrumento, pagou benefício atrasado para colegas se aposentarem.”
Além de disciplinador, Lessa foi incentivador. “Muitos músicos que tocaram com ele hoje são maestros”, lembrou Sidengard. Lessa Foi figura central em blocos tradicionais como Pitombeira e Elefante, mas também de blocos mais novos como Tá Maluco e Amantes de Glória.
Amigo de décadas, o também Maestro Oséas resume o legado deixado: “Conheço Lessa desde menino. Nossa vida inteira foi de parceria. O maior legado que ele me deixou foi essa convivência: de confiança, de irmandade”.