História de mãe e filha
Lívia Falcão e Olga Ferrário dividem o palco pela primeira vez hoje em A dona da história
ISABELLE BARROS
isabellebarros.pe@dabr.com.br
Publicação: 13/03/2014 03:00
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Atrizes vivem Carolina, mulher em crise que conversa consigo mesma 30 anos antes |
Antes de ganhar o palco, o mesmo texto já havia sido encenado pelas duas atrizes em uma leitura dramática promovida em 2012 pela Duas Companhias, grupo teatral do qual Lívia faz parte, junto com Fabiana Pirro. A montagem marca também os dez anos da companhia, que já encenou peças como Caetana, Caxuxa, A árvore de Júlia e Divinas. Questões de agenda impediram o próprio João Falcão de estar à frente da leitura dramatizada e, em seguida, se chegou ao nome de Duda Maia, coreógrafa e diretora pernambucana.
Desta vez, no entanto, a experimentação de linguagem de Lívia se afasta mais da linguagem do palhaço e se aproxima de um universo mais urbano e contemporâneo. A escolha no palco foi a de um despojamento de elementos: não há cenário e quem contracena com as atrizes são a iluminação e a trilha sonora original. O figurino, assinado por Fabiana Pirro, também dá relevo à ideia de movimento.
De acordo com Lívia, que vive Carolina aos 50 anos, a personagem se pergunta o que, afinal, vale a pena. “Viver um grande amor ou guardá-lo para não gastar?. Para pensar sobre isso, aplicamos um olhar que vem do movimento, da dança, em um pas-de-deux entre Olga e eu”. Já segundo Olga, que entrou em contato com um texto original de João Falcão pela primeira vez, “o que chama a atenção no texto é a propriedade com que o autor fala do universo feminino”.
Duda Maia, por sua vez, manteve sua função de diretora na transposição para os palcos e o caminho traçado foi o de sua própria formação como bailarina.
Dona
Versões
A primeira versão para o teatro de A dona da história foi levada aos palcos em 1996 por Andréa Beltrão, que viveu a versão jovem de Carolina, e Marieta Severo, que interpretava o mesmo papel, mas em idade madura. Na época, a montagem foi dirigida pelo próprio João Falcão. A trama também ganhou adaptação para o cinema, estrelada em 2004 por Débora Falabella, Marieta Severo, Rodrigo Santoro e Antônio Fagundes.
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Esta é a primeira vez que Lívia Falcão e Olga Ferrário contracenam juntas. A mãe já havia dirigido a filha no espetáculo A árvore de Júlia e as duas fizeram a primeira leitura de A dona da história, ainda em 2012, mas as duas nunca haviam pisado em um palco numa mesma peça.
Duda Maia
A diretora do espetáculo e Lívia foram colegas de escola e mantêm contato desde então. Duda também trabalhou 12 anos com João Falcão como diretora de movimento em vários de seus espetáculos, como Gonzagão – a lenda. Esta também é a primeira vez que Duda dirige um espetáculo no Recife, sua cidade natal, de onde saiu aos 19 anos para estudar dança no Rio de Janeiro.
Serviço
A dona da história – texto de João Falcão, com Lívia Falcão e Olga Ferrário
Quando: De quinta a domingo, às 20h, até o dia 30 de março
Onde: Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife
Ingressos: quinta – R$ 8 (preço promocional para todos); sexta a domingo – R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: 3355-3320 e 3421-3725