Yale Gontijo
Do Correio Braziliense
Publicação: 15/05/2014 03:00
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Marca registrada do filme é a manipulação por computação gráfica |
Quando a projeção de Godzilla, versão 2014, parece ter se emparedado aos parâmetros dos filmes de grandes catástrofes, uma sequência poética ocupa a tela por alguns minutos com a incumbência de livrar a película do marasmo em meio ao caos de uma produção excessivamente apoiada nos efeitos de computação gráfica. A cena em que um grupo de militares salta de paraquedas na tentativa de salvar San Francisco da ação de monstros gigantes é de uma beleza plástica pouco reproduzida em filmes de ação — principalmente aqueles produzidos após a ascensão do cinema-quebradeira de Michael Bay (diretor de Transformers e afiliados).
Gojira ou Godzilla está completando 70 anos de existência em 2014. A marca registrada do personagem mais famoso do cinema japonês é a manipulação por computação gráfica, seguindo os moldes dos primeiros protótipos da criatura pré-histórica feita nos estúdios da Toho Film Company, em 1954. O visual, às vezes cansativo, às vezes escalafobético (os Mutos — dois monstros gigantes — são criaturas feias de doer), contrastam com o desempenho ruim do elenco principal.
O jovem casal feito por Aaron Taylor-Johnson e Elisabeth Olsen derruba qualquer perspectiva de encontro do público com as emoções em escala humana propostas pela fita. Sem muita convicção, mas ainda superiores aos iniciantes, os veteranos Bryan Cranston (o Walter White de Breaking bad) e a francesa Juliette Binoche aparecem em participações especiais no início do filme.
A recompensa de Law
É leve demais para ser um bom filme de gângster e tem palavrões sexuais demais para ser uma comédia comum. O que o torna interessante é o desempenho de Jude Law no papel de Dom Hemingway, arrombador de cofres de Londres, que quer reconquistar a filha e receber pagamento após 12 anos de prisão.
O nu de Scarlett
Em Sob a pele, Scarlett Johanssonn interpreta uma mulher que seduz os homens no meio da rua e os leva para um ambiente totalmente preto, sem paredes, teto ou chão, onde eles afundam e desaparecem. O filme chega aos cinemas com certo apelo popular por causa da nudez frontal completa da atriz.
A praia de Jesuíta
Praia do Futuro retrata a relação entre salva-vidas brasileiro (Wagner Moura), o irmão mais novo (o pernambucano Jesuíta Barbosa) e um alemão (Clemens Schick), que se conhecem após afogamento em Fortaleza. O cineasta Karim Aïnouz participa de debate no Recife amanhã, às 20h, no Cinema da Fundação.
Parada da comédia
A comédia nacional Do lado de fora retrata as desventuras de quatro personagens no dia da Parada Gay de São Paulo. Dois são jovens de 17 anos que vão com o tio para a manifestação e testemunham uma cena de agressão homofóbica. Nos dias seguintes, a experiência mexe com a vida deles.
A floresta de Jonathas
É o primeiro longa-metragem produzido por um estado da região Norte, dirigido pelo cineasta amazonense Sérgio Andrade. A trama acompanha a jornada de um jovem que desobedece o pai e vai com amigos acampar na selva, onde enfrenta uma situação-limite.
O clássico de Hitchcock
Os pássaros (1963), de Alfred Hitchcock, é projetado em versão digital no Cinema da Fundação. O pânico toma conta de uma cidade quando aves de várias espécies começam a atacar as pessoas. O telefilme The girl, lançado pela BBC, reconstituiu os bastidores das filmagens pela ótica da atriz Tippi Hedren.