Publicação: 25/01/2015 03:00
Feliz com o trabalho em Império (Globo), Dani Barros, intérprete da espevitada Lorraine na novela, teve de aprender a lidar com o lado ruim da fama ao ver o nome envolvido em notícias de que teria ficado chateada por perder o Troféu Revelação do Prêmio Extra de Televisão para Viviane Araújo, colega de elenco na trama. Consagrada no teatro, com quatro prêmios pelo monólogo Estamira – Beira do mundo, Dani Barros pode ser considerada novata na televisão. Fez Fina estampa (2011) e foi convidada para trabalhar em Império pelo autor Aguinaldo Silva, que assistiu ao espetáculo Maria do Caritó, do dramaturgo pernambucano Newton Moreno. Em entrevista, a atriz fala sobre a relação de longa data com Lília Cabral (protagonista de Maria do Caritó), as inspirações para compor a personagem Lorraine e o trabalho como palhaça. “Fico ligada nas ‘Lorraines’ que aparecem por aí”, afirma
entrevista >> Dani Barros
Como você fez para compor a Lorraine?
Trabalhei no Doutores da Alegria durante 13 anos. Ia bastante ao Hospital do Fundão, que atende o Morro do Alemão e outras comunidades no Rio de Janeiro. Lá, observava mães, enfermeiras e demais mulheres. Olhei também a Luane Dias, do Esquenta! (Globo), que tem um jeito de falar que lembra o da Lorraine. Para completar, gosto de andar pelo Saara (comércio popular do Rio)
Como tem sido a reação das pessoas?
Fazer novela é engraçado. As pessoas falam comigo. Ontem, uma mulher disse: “Que sorte, você parece mais magra no vídeo” (risos). Achei legal que, para ela, isso foi um elogio. Aí brinquei: “Preferiria ser do que parecer”.
E como é a parceria com Lília Cabral?
Antes de ser a Maria Marta, a Lília é minha chefe (risos). A gente faz juntas Maria do Caritó, que deve voltar quando a novela terminar. Aprendo muito. Peço conselhos sobre a carreira, pois ela tem uma visão interessante e sabe muito de teatro e de televisão.
Como lidou com a notícia de que teria ficado chateada por perder o Troféu Revelação no Prêmio Extra para a Viviane Araújo?
Escreva e sublinhe: amo a Viviane Araújo. Chorei de amor pelo discurso dela, de ver toda a sua luta. Somos amigas e o que falaram é mentira. Inclusive ela me levou, com algumas pessoas do elenco, nos ensaios da Salgueiro e foi muito legal. Ela é uma querida e eu a amo.
Você ganhou quatro prêmios importantes por sua atuação na peça Estamira – Beira do mundo. Como foi isso?
Acho que nasci para interpretar a Estamira. Ela é esquizofrênica, e eu cresci indo a hospitais. Quando trabalhei no Doutores da Alegria, a gente se apresentava também para pacientes psiquiátricos. A loucura sempre foi algo concreto para mim. Precisei apenas ir ao lixão do Jardim Gramacho (onde Estamira trabalhava), em Duque de Caxias (RJ), para sentir o cheiro, o ambiente. Ela tinha um discurso meio louco, poético e profético. Era difícil decorar os textos e eu ensaiei muito, até dormindo. Sonhava que estava ensaiando.
Quem é Dani
Estreou na TV em Minha nada mole vida. Daí vem a amizade com Luís Fernando Guimarães.
Atriz originalmente de teatro, está entusiasmada com o universo da TV. “Vejo diversos atores e diretores com os quais gostaria de trabalhar”, explica.
Na TV, também atuou em episódio da série As brasileiras, que foi ao ar em 2012, na TV Globo.
Em 2015, a atriz volta com Maria do Caritó e aguarda decisão sobre outro trabalho na televisão.
Números
8
trabalhos na TV
3
projetos no cinema
7
peças no teatro