Fellipe Torres
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Publicação: 20/06/2015 03:00
Após uma década de carreira, a escritora paulista Carolina Munhóz, 26, leva vida de banda de rock. Ontem, de um quarto de hotel em Belo Horizonte (MG), conversava com o Viver enquanto arrumava os cabelos e se apressava para uma sessão de autógrafos. Hoje, antes de encontrar multidão de fãs na Livraria Saraiva do Shopping Recife, às 16h, provavelmente atenderá um ou mais telefonemas para comentar o próximo compromisso da agenda, amanhã, em Salvador (BA). Fruto de uma geração fã de Harry Potter, a jornalista se tornou referência nacional quando o assunto é literatura fantástica voltada ao público infantojuvenil.
“Nada disso tem a ver com sorte”, ela repete para si mesma com frequência, “mas com noites em claro, muito trabalho e correria”. Mas e se o “dom da sorte” realmente existisse? Quando se fez essa pergunta, há alguns anos, Munhóz dava o primeiro passo para se distanciar dos personagens aos quais deve grande parte do sucesso, as fadas. “Já tinha cumprido o meu papel com elas. Comecei a pensar em outras criaturas mágicas e cheguei até à figura do Leprechaun (duende típico do folclore irlandês). Pesquisei bastante, em vários países, e só encontrei as mesmas informações, sobre homenzinhos de terno verde e barba ruiva, responsáveis por tomar conta de potes de ouro”, relembra.
“Pirada” com a falta de material sobre as criaturas mágicas, Carolina Munhóz se dedicou a traçar, há dois anos, a estrutura da trilogia Trindade Leprechaun, cujo primeiro título é o recém-lançado Por um toque de ouro (Fantástica Rocco, R$ 29,50). “Quando você acha um ponto de interrogação, quer preencher a lacuna. Pensei como poderia ser um arco-íris e um pote de ouro, como uma pessoa poderia ter o dom da sorte... Tanta gente fica milionária do dia para a noite. E se fazem parte de uma tradição secular?”.
Com o distanciamento das fadas e a aproximação dos duendes, a autora tem percebido um significativo aumento no público leitor masculino. Por outro lado, as garotas permanecem fiéis. “Mantive o mesmo ‘plot’ desde o meu primeiro livro. É sempre um personagem descobrindo os próprios poderes. Agora, há algumas diferenças, como o fato de a narrativa ter romance sem, necessariamente, girar somente em torno dele”.
Serviço
Tarde de autógrafos de Por um toque de ouro, com Carolina Munhóz
Quando: hoje, às 16h
Onde: Livraria Saraiva Shopping Recife (Rua Padre Carapuceiro 777 - Boa Viagem)
Informações: 3464-9393