Marina Simões
marinasimoes.pe@dabr.com.br
Publicação: 13/09/2015 03:00
Canibal
Nome verdadeiro:
Marconi de Souza Santos
Idade: 45 anos
Profissão: cantor
“Quando era moleque, eu já enrolava o cabelo. Então, começaram a dizer que eu parecia um canibal. Mas não pegou. Lá pelos 17 anos, entrei no movimento punk e tive que criar um apelido. Tentei Canibal e funcionou. Em 1985, a onda era chocar. Achei do c** me apresentar como Cannibal da banda Devotos do Ódio, não tinha como chocar mais do que isso. Tem umas pessoas que até hoje não conseguem me chamar de Cannibal. Acho engraçado. Quem não me conhece acha que tem a ver com alguma história cabeluda. Mas sou o único canibal herbívoro”.
China
Nome verdadeiro:
Flávio Augusto Câmara
Idade: 35 anos
Profissão: cantor
“Aos três anos, comecei a fazer judô e a minha mãe contou ao professor que eu não comia feijão, preferia apenas arroz e carne. Aí, ele começou a me chamar de China. Eu também tinha aquele cabelo de cuia, bem pretinho, e que lembrava um ‘chinesinho’. Ele era bem querido na escola e quem ele apelidasse pegava na hora. Desde essa época, não sei o que é ouvir meu nome. Só quem me chama de Flávio Augusto é minha esposa e minha mãe. Como artista, não tinha muita opção, qualquer outro nome que colocasse não iria adiantar”.
Caçapa
Nome verdadeiro:
Rodrigo Costa
Rodrigues Barbosa
Idade: 40 anos
Profissão: cantor
“Quando estudava arquitetura em 1993, um cara da minha turma - o mais gaiato e brincalhão - me deu esse apelido por causa do tamanho da minha boca. Tinha uns 17 para 18 anos. Sempre tive apelidos, mas nunca me incomodei com isso. Também me chamavam de bocão, mas foi ‘caçapa’ que pegou. Quando comecei a trabalhar com música, todo mundo já me conhecia assim. Não fazia sentido mudar. Para mim foi natural, não tive estratégia. Sempre que perguntam, eu explico. Tem que levar na boa e descontrair”.
DJ Dolores
Nome verdadeiro:
Hélder Aragão
Idade: 49 anos
Profissão: DJ
“Em 1997, iniciei o meu trabalho
na área musical e fiz a trilha sonora para o filme Enjaulado,
de Kleber Mendonça Filho.
Preferi inventar um personagem,
o DJ Dolores, para assinar o disco. Não queria misturar. Tinha uma parceria com Hilton Lacerda e nosso escritório se chamava “Dolores e Morales”. Desde o comecinho, as pessoas acharam que eu era uma mulher.
Confundi muita gente enviando
a foto de uma amiga bonita quando me contratavam.
O povo leva tudo muito a sério
e quis tirar um sarro”
DJ 440
Nome verdadeiro:
Juniani Marzani
Idade: 33 anos
Profissão: DJ, à frente da Terça
do Vinil
“Quando era criança, sonhei
com esse número. Tinha uns
nove anos, alguém me falou que nunca podia revelar o significado dele. Na adolescência, virou
minha marca. E quando comecei
a me interessar pela carreira
de DJ escolhi como nome
artístico aos 19 anos. Levei
a sério e nunca contei. Vai que quebra a corrente! Tem me dado sorte nesses anos”
Maestro Forró
Nome verdadeiro:
Francisco Amâncio
da Silva
Idade: 40 anos
Profissão: maestro
“Na década de 1980, estudava música na escola Dom Vital, em Casa Amarela. Na época, organizamos uma festa junina
e cada um dos alunos subia
ao palco para cantar. A lambada tava estourada no Brasil
e todos cantavam algo de Beto Barbosa. Mas fui lá e cantei forró antigão. Tinha uns 11 anos e escolhi um forró de Azulão e Luiz Gonzaga. O professor, mestre Tenório, ficou impressionado e me batizou de Forró. Somente no início dos anos 2000 virou Maestro Forró”.
MC Cego
Nome verdadeiro:
Hugo Alysson
Félix de Araújo
Idade: 26 anos
Profissão: MC
“Eu tinha uns 13 anos e estudava na Dom Vital, em Casa Amarela. Não sei por que, mas usava um óculos de grau fundo de garrafa. Mas era só para “bolar”. Não tinha muitos amigos e queria me chegar na galera. As pessoas achavam que era verdade. Mas, graças a Deus, não tenho problema de vista. Para mim, foi massa assumir como meu nome artístico. Todo mundo me pergunta. O meu é único. Só teve uma vez que fiquei encabulado: quando uma equipe de TV colocou uma repórter cega para me entrevistar e, na hora, ela descobriu que não sou cego”.
Graxa
Nome verdadeiro:
Ângelo Souza
Idade: 29 anos
Profissão: cantor
“Trabalho numa tornearia mecânica. Quando era mais novo, ficava na área de serviços com as máquinas. Saí um dia do trabalho para encontrar meus amigos e estava todo sujo. Quando cheguei lá, colocaram o apelido em mim. Isso era em 2003. Quando resolvi lançar o disco, achei melhor colocar Graxa do que Ângelo Souza. É o meu apelido
e não da banda”
Pupillo
Nome verdadeiro:
Romário Menezes
de Oliveira
Idade: 41 anos
Profissão: músico
“Quem me deu esse apelido foi um amigo chamado Bruno Vasconcelos. Ele me ensinou a tocar bateria e me apresentava nos lugares como o seu pupilo. E eu realmente era. Isso foi no final dos anos 1980, eu era bem guri. Quando comecei na música, adotei o apelido como nome artístico. Achava legal porque tinha esse amigo como irmão. Me sentia um ótimo baterista. Ele mora fora do Brasil há muitos anos e não acompanhou minha caminhada até chegar na Nação Zumbi, por exemplo. Queria que ele tivesse visto de perto
Siba
Nome verdadeiro:
Sérgio Roberto
Veloso de Oliveira
Idade: 46 anos
Profissão: cantor
“Siba veio de ‘sibito baleado’ (magro em excesso), um apelido que ganhei na adolescência. Tinha quase uns 18 anos. Na escola, era pejorativo, tiração de onda porque eu era bem magrinho. Nessa época, não gostava. A gente, quando é novo, é meio besta. Mas já era natural, deixou de ser uma coisa ruim e se tornou meu nome mesmo. Acabou servindo”.