Vocalista do grupo Exaltasamba por oito anos, o cantor Thiaguinho segue carreira solo desde 2012 e se consolidou como um dos nomes mais expressivos do ritmo

O fôlego do pagode nem de longe é o mesmo da década de 1990, quando explodiu no Brasil, mas segue firme com renovações e projetos de parceria tocados por medalhões do ritmo. Enquanto os experientes Alexandre Pires, Luiz Carlos, Belo, Salgadinho, Márcio, Péricles, Chrigor e Thiaguinho se misturam como Gigantes do Samba, Amigos do Pagode 90 e Exalta 30 anos, a prateleira de lançamentos continua a ser preenchida - com trabalhos nacionais e em Pernambuco, onde os álbuns recentes mesclam sucessos a músicas inéditas.

Um dos nomes mais expressivos do novo pagode é o cantor Thiaguinho, ex-vocalista do Exaltasamba durante oito anos ao lado de Péricles. Em carreira solo desde 2012, encarou o reality show SuperStar (jurado em uma temporada) e Música boa ao vivo (apresentado por duas temporadas). “Eu me sinto livre no palco. É onde me solto, faço tudo com muito amor. É o principal momento da minha vida. Esta troca de energia com o público é sensacional”, conta. Ele apresenta o show Tardezinha, que gerou o CD e DVD #Vamoqvamo ao vivo, gravado em praia do Rio de Janeiro em formato mais intimista.

“Tive a ideia de criar um show para aproveitar o domingo que eu ficava no Rio (por conta do SuperStar). É uma apresentação no estilo roda de samba, mais informal e ao ar livre. Eu me apaixonei pelo formato e tem sido uma alegria enorme poder levá-lo para outros lugares. O DVD intercala hits da carreira, como Hey, mundo, inéditas, a exemplo de Vamo que vamo, e regravações de clássicos do pagode dos anos 1990, como Marrom bombom. O material tem cinco convidados: Maria Rita (Desliga você), Péricles (Vê se me escuta), Lucas Lucco (Palmas), Toni Garrido (Asas) e Belo (Pra gente ficar legal).

O Exalta pode ter o mesmo resultado para três cantores da nova geração: Romero Ribeiro (ex-The voice Brasil), Nego Branco e Jeffinho. Desde março, eles se uniram a Thell e Bilhantina, únicos músicos da formação anterior, para retomar a banda no ano em que o grupo comemora 30 anos. “Estamos levando uma cara nova para o Exaltasamba, mesclando o repertório antigo com novidades e nossas características”, explica Nego. O grupo lançou o EP O mundo tá girando, com cinco faixas, sendo quatro inéditas (Pé na porta, Eu me rendo, O mundo tá girando e Vidro fumê). “Vamos gravar novo CD com 15 faixas. Estamos selecionado as canções, pois não terá nenhuma regravação. Serão apenas inéditas”, adianta o vocalista.

Considerado revelação do pagode, Dilsinho apresenta o segundo trabalho da carreira, O cara certo. O álbum teve dois anos de concepção. “Tive liberdade, tempo e pude acompanhar, ser mais ativo nas escolhas”, explica o cantor. São 15 músicas - oito de autorias de Dilsinho - com novas referências na carreira do cantor, que incorporou elementos do pop. “Acho que o pagode e o samba tiveram um momento de renovação. Tem uma galera nova chegando. Estou aqui para levantar essa bandeira”, afirma.

Leandro Lehart, ex-vocalista do Art Popular, experimenta uma mistura com outros estilos musicais. Em Sambadélik - Ao vivo, trabalho que levou cinco anos para sair, traz uma referência do pop, do R&B e da música eletrônica. “É uma sonoridade nova, sem deixar o samba de lado e o jeito brasileiro de ver a música. É o samba com um frescor”, define Lehart. Para ele, o mix de gêneros é tendência natural na música. “O samba é a espinha dorsal da música brasileira. Ele é responsável por traduzir e vender o Brasil tanto para dentro como para fora. Mas a gente precisa agregar novos sons e elementos da música contemporânea e de diferentes lugares do Brasil, como o rap e o funk fizeram. Esse disco faz essa ponte”, diz o artista.

Pernambuco

Marosidade
O grupo Só na Marosidade prepara o quarto disco da carreira com músicas autorais. Álbum vai incluir versões de forró e sertanejo em ritmo de samba e clássicos do pagode. O lançamento está previsto para setembro, mas os músicos David Marques e Kleber Jatahy já trabalham a inédita Nome da ex.

Telmo Santiago
O cantor vai lançar disco com os sambas mais tocados em barzinhos. Com pegada intimista, inclui as canções autorais (Me beija e Coisas minhas) e faixas de compositores com nova roupagem, como Cabide (Ana Carolina), Cara valente (Maria Rita), Encontro das águas (Jorge Vercillo). Será o terceiro disco da carreira solo. Telmo foi vocalista da Sem Razão por mais de dez anos e estreou solo em 2014 com o projeto Telmo Santiago canta Alcione.

Citrus Clube
Tudo vira samba é o nome do novo disco da Citrus Clube. O grupo liderado por Breno Tasso surgiu em novembro de 2012 e ficou conhecido por fazer versões de pop rock internacional em ritmo de samba. O novo repertório vai incluir ritmos como funk e sertanejo. Entre eles, Bang (Anitta), Quero te encontrar (Claudinho e Bochecha), Não me deixe sozinho (Nego do Borel), Química (Biel) e Que sorte a nossa (Matheus e Kauan). O álbum será lançado até o fim de julho.

Long Neck
Os músicos Weverson Laguza, Wilton Viana, Lúcio Flavio e Biscoito da banda Long Neck lançam o novo EP #PegadadePatrão, com cinco músicas autorais, faixas mais agitadas e românticas. O disco inclui Troféu da solidão, Pensa bem, Agora já era e Eu te amei. Também cantam Sorriso Maroto, Belo, Thiaguinho e Turma do Pagode. São cinco anos de carreira.

Brasil

TDP – XV anos ao vivo
O material é o mais recente dos paulisas do Turma do Pagode em comemoração aos 15 anos da banda. Com produção de Pezinho, o disco contou com participação do Aviões do Forró (Puxa, agarra e beija), Arlindo Cruz (Ordem e progresso), Thiaguinho (Beija aqui) e Netinho de Paula (Nesse pagodão/Festa no quintal/Tá na hora/Dom de sambar). Sony Music, 23 faixas, R$ 31,90.

Revelação
O bom samba continua é o primeiro disco da banda com Davi como vocalista. A banda apresenta um disco com faixas inéditas. Apesar de ter regravações como Segredos (Frejat), e Meu amor é um vício (Jorge Aragão). Da Deck Disc, 18 faixas, R$ 29,90.