Márcio Cotrim
www.marciocotrim.com.br
Publicação: 26/09/2016 03:00
Marias
Em hebraico, Maria é Mirian, senhora, soberana. Nome da mãe de Jesus, é a principal figura feminina do catolicismo. Segundo a crença cristã, aos 17 anos, uma moça chamada Maria, que morava na Galileia, teria recebido surpreendente mensagem. Um anjo chamado Gabriel lhe apareceu dizendo que, embora virgem, ela daria à luz o filho de Deus. A singular condição tornou-se dogma da religião católica. Em termos mundanos – como explica Marcelo Duarte – Maria é o mais comum dos nomes femininos nos cartórios de registro civil do Brasil. Mas também faz parte de expressões populares muito conhecidas, cujo berço vale a pena explicar...
Maria-mole
Nos tempos do Brasil colônia, a família real portuguesa tinha curioso hábito: mandar para o Brasil, por via marítima, gelo dos Alpes europeus, sabe para quê? Para fazer sorvete! Certa vez, um navio cargueiro desapareceu, criando grande frustração, principalmente para as crianças brasileiras. Uma escrava chamada Maria decidiu resolver o problema fazendo uma gororoba com coco ralado, mocotó, água e açúcar. A massa, grudenta e molenga, acabou batizada maria-mole. Eis aí...
Maria-fumaça
A expressão do século passado designa de forma bem brasileira a locomotiva a vapor. Quando ela vinha chegando, as pessoas a identificam de longe por causa da fumaça que ela fazia. Como Maria sempre foi um nome popular em todos os lugares por onde a máquina passava, o povo se acostumou a dizer: “Lá vem a Maria fazendo fumaça”...
Maria-sem-vergonha
Planta do gênero Impatiens, alastra-se com grande rapidez, sem precisar ser plantada. Isso fez com que fosse apelidada assim, como sinônimo de mulher fácil, aquela que dá muito, e sem ter vergonha...
Banho-maria
Como toda mulher sabe, é o método que se utiliza na cozinha para aquecer alimentos de forma lenta e uniforme. Consiste simplesmente em colocar um recipiente dentro de outro onde haja água. Levados ambos ao fogo, o recipiente que contém água aquece o outro, sem que a substância atinja temperatura muito elevada. O berço da expressão se encontra na Antiguidade: uma alquimista conhecida por Maria, a judia, usava um tacho de cobre para manter por muito tempo aquecida a água aromatizada que usava em seus experimentos. Em sentido figurado, o banho-maria designa não apenas cozinhar um alimento em água com fogo brando, mas também o de empurrar uma decisão com a barriga, hábito comum entre os que adotam conhecida máxima de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que pode ser feito depois de amanhã...”.
Maria-chiquinha
Era muito comum em Portugal que as meninas prendessem os cabelos em dois tufos laterais, para que eles não atrapalhassem nos trabalhos domésticos. Como muitas delas se chamavam Maria Francisca, nome comuníssimo na época e até hoje em Portugal, esse jeito de pentear ficou conhecido como maria-chiquinha. Uma graça...
Bolacha Maria
No século 19, na Europa, as bolachas finas entraram na moda e eram degustadas com chá, costume que se tornou lendário no Império Britânico, como o famoso five o’clock tea, o chá das cinco de todo fim de tarde em terras dominadas pela velha e loura Albion. O berço desse hábito está no casamento do duque de Edimburgo com a duquesa Maria. Para homenagear o casal, a empresa Peeck-Freen criou uma nova bolacha fina e delicada batizada como bolacha Maria, figurinha fácil que continua agradando ao paladar de gregos e troianos...
Em hebraico, Maria é Mirian, senhora, soberana. Nome da mãe de Jesus, é a principal figura feminina do catolicismo. Segundo a crença cristã, aos 17 anos, uma moça chamada Maria, que morava na Galileia, teria recebido surpreendente mensagem. Um anjo chamado Gabriel lhe apareceu dizendo que, embora virgem, ela daria à luz o filho de Deus. A singular condição tornou-se dogma da religião católica. Em termos mundanos – como explica Marcelo Duarte – Maria é o mais comum dos nomes femininos nos cartórios de registro civil do Brasil. Mas também faz parte de expressões populares muito conhecidas, cujo berço vale a pena explicar...
Maria-mole
Nos tempos do Brasil colônia, a família real portuguesa tinha curioso hábito: mandar para o Brasil, por via marítima, gelo dos Alpes europeus, sabe para quê? Para fazer sorvete! Certa vez, um navio cargueiro desapareceu, criando grande frustração, principalmente para as crianças brasileiras. Uma escrava chamada Maria decidiu resolver o problema fazendo uma gororoba com coco ralado, mocotó, água e açúcar. A massa, grudenta e molenga, acabou batizada maria-mole. Eis aí...
Maria-fumaça
A expressão do século passado designa de forma bem brasileira a locomotiva a vapor. Quando ela vinha chegando, as pessoas a identificam de longe por causa da fumaça que ela fazia. Como Maria sempre foi um nome popular em todos os lugares por onde a máquina passava, o povo se acostumou a dizer: “Lá vem a Maria fazendo fumaça”...
Maria-sem-vergonha
Planta do gênero Impatiens, alastra-se com grande rapidez, sem precisar ser plantada. Isso fez com que fosse apelidada assim, como sinônimo de mulher fácil, aquela que dá muito, e sem ter vergonha...
Banho-maria
Como toda mulher sabe, é o método que se utiliza na cozinha para aquecer alimentos de forma lenta e uniforme. Consiste simplesmente em colocar um recipiente dentro de outro onde haja água. Levados ambos ao fogo, o recipiente que contém água aquece o outro, sem que a substância atinja temperatura muito elevada. O berço da expressão se encontra na Antiguidade: uma alquimista conhecida por Maria, a judia, usava um tacho de cobre para manter por muito tempo aquecida a água aromatizada que usava em seus experimentos. Em sentido figurado, o banho-maria designa não apenas cozinhar um alimento em água com fogo brando, mas também o de empurrar uma decisão com a barriga, hábito comum entre os que adotam conhecida máxima de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que pode ser feito depois de amanhã...”.
Maria-chiquinha
Era muito comum em Portugal que as meninas prendessem os cabelos em dois tufos laterais, para que eles não atrapalhassem nos trabalhos domésticos. Como muitas delas se chamavam Maria Francisca, nome comuníssimo na época e até hoje em Portugal, esse jeito de pentear ficou conhecido como maria-chiquinha. Uma graça...
Bolacha Maria
No século 19, na Europa, as bolachas finas entraram na moda e eram degustadas com chá, costume que se tornou lendário no Império Britânico, como o famoso five o’clock tea, o chá das cinco de todo fim de tarde em terras dominadas pela velha e loura Albion. O berço desse hábito está no casamento do duque de Edimburgo com a duquesa Maria. Para homenagear o casal, a empresa Peeck-Freen criou uma nova bolacha fina e delicada batizada como bolacha Maria, figurinha fácil que continua agradando ao paladar de gregos e troianos...