Redenção de Criolo em nova versão

Larissa Lins
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Publicação: 03/09/2016 03:00

Criolo ainda era chamado de Criolo Doido quando lançou no mercado seu primeiro disco, Ainda há tempo (2006). Dez anos mais tarde, o álbum - originalmente prensado em 500 cópias pelo selo BlueSky - ganhou versão com mesmo título e letras alteradas à luz do amadurecimento do rapper. “Revi tudo e mudei aquilo que não tinha necessidade de ficar. Não tenho problemas em dizer que errei”, admitiu o músico sobre o relançamento. Disponibilizado no YouTube e por streaming, Ainda há tempo ganhou versões em CD e vinil no mês passado. São oito faixas autorais (nove na versão física, que tem No sapatinho), com direção musical de Daniel Ganjaman, incluindo Chuva ácida.

Em Vasilhame, os versos “os traveco tão aí, oh! / alguém vai se iludir” deram lugar a “o universo tá aí, oh! / alguém vai se iludir”, eliminando termo pejorativo que se tornara incongruente com o posicionamento do rapper, que demonstrou apoio à comunidade LGBT.  Em 2011, comparado em tom zombeteiro a Freddie Mercury, rebateu: “Não vou rir, aí parece que é defeito o cara ser homossexual. Eu não sou homossexual, mas jamais vou usar como chacota o tema.” Já em Breáco, o trecho “se o demônio usa saia, valorize sua mina / não é bem de vadia que estraga a família” foi substituído por “se o demônio dá saia, valorize sua mina / não é mente vazia que estraga a família.”

Serviço

Ainda há tempo, de Criolo
Oloko Records
Preço: R$ 18,90