Leitura em busca das origens
Livro examina como a criação e a evolução dos super-heróis se conectam a campos do conhecimento e a temas da atualidade
Alexandre de Paula
edviver@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 23/05/2017 03:00
A história e a origem dos super-heróis dos quadrinhos escondem segredos. Embora o tema possa parecer superficial, a base para a criação dos personagens, em alguns casos, está em referências inesperadas, como a filosofia, o renascimento e a política. Em A identidade secreta dos super-heróis, o escritor norte-americano Brian J. Robb conta os bastidores e a história da criação de sucessos das HQs.
Robb explica que os quadrinhos, principalmente os de super-heróis, foram mesmo buscar fontes em referências mais antigas. “As origens secretas vêm de mitos e lendas. Super-homens, abençoado pelos deuses, abundam em lendas antigas, enquanto figuras folclóricas, como Robin Hood, inspiraram muitos heróis modernos. DC e Marvel reinventaram os mitos gregos para audiências modernas, seja em 1940 ou 1960. Superman deve muito a Hércules, Mulher Maravilha vem das Amazonas, enquanto Flash é uma reinvenção de Hermes”, aponta.
Tudo isso, acredita Robb, continua a acontecer e a se refletir nos quadrinhos atuais. “Essas influências ainda estão sendo reinventadas e reinterpretadas para os leitores do século 21”, comenta. Um outro caso, por exemplo, seria o fato de Batman ter sido inspirado em trabalhos de Leonardo Da Vinci.
A obra investiga o que havia por trás de tudo o que foi usado para criar e dar forma aos super-heróis norte-americanos. Além disso, apresenta também as relações e a influência deles com heróis criados, depois, em outros países, como Inglaterra, Japão e Índia. Desde o início, a história dos super-heróis norte-americanos está intimamente ligada à política. Na capa de sua primeira HQ, o Capitão América aparece dando um soco em Hitler, por exemplo. As relações entre EUA e Rússia na Guerra Fria foram exaustivamente exploradas nos quadrinhos.
“É impossível separar os quadrinhos da política. Superman luta pela verdade, pela justiça e da maneira norte-americana, enquanto Batman luta em nome dos oprimidos. Ambos os personagens foram criados na época da Segunda Guerra Mundial, entre tantos outros casos. Política sempre foi uma parte do DNA dos super-heróis e continua a ser”, ressalta Robb.
Para o autor, os super-heróis acompanharam, sim, algumas mudanças da sociedade. Sexismo, racismo e homofobia, por exemplo, são temas que foram contemplados pelos quadrinhos. “Alguns super-heróis foram respostas às mudanças na sociedade. Culturalmente, um super-herói pode ajudar a sociedade a compreender a si mesma, tornando tais mudanças mais amplamente aceitáveis”, diz.
Serviço
A identidade secreta dos super-heróis. De Brian J. Robb (Valentina, 304 páginas, R$ 34,90)
Robb explica que os quadrinhos, principalmente os de super-heróis, foram mesmo buscar fontes em referências mais antigas. “As origens secretas vêm de mitos e lendas. Super-homens, abençoado pelos deuses, abundam em lendas antigas, enquanto figuras folclóricas, como Robin Hood, inspiraram muitos heróis modernos. DC e Marvel reinventaram os mitos gregos para audiências modernas, seja em 1940 ou 1960. Superman deve muito a Hércules, Mulher Maravilha vem das Amazonas, enquanto Flash é uma reinvenção de Hermes”, aponta.
Tudo isso, acredita Robb, continua a acontecer e a se refletir nos quadrinhos atuais. “Essas influências ainda estão sendo reinventadas e reinterpretadas para os leitores do século 21”, comenta. Um outro caso, por exemplo, seria o fato de Batman ter sido inspirado em trabalhos de Leonardo Da Vinci.
A obra investiga o que havia por trás de tudo o que foi usado para criar e dar forma aos super-heróis norte-americanos. Além disso, apresenta também as relações e a influência deles com heróis criados, depois, em outros países, como Inglaterra, Japão e Índia. Desde o início, a história dos super-heróis norte-americanos está intimamente ligada à política. Na capa de sua primeira HQ, o Capitão América aparece dando um soco em Hitler, por exemplo. As relações entre EUA e Rússia na Guerra Fria foram exaustivamente exploradas nos quadrinhos.
“É impossível separar os quadrinhos da política. Superman luta pela verdade, pela justiça e da maneira norte-americana, enquanto Batman luta em nome dos oprimidos. Ambos os personagens foram criados na época da Segunda Guerra Mundial, entre tantos outros casos. Política sempre foi uma parte do DNA dos super-heróis e continua a ser”, ressalta Robb.
Para o autor, os super-heróis acompanharam, sim, algumas mudanças da sociedade. Sexismo, racismo e homofobia, por exemplo, são temas que foram contemplados pelos quadrinhos. “Alguns super-heróis foram respostas às mudanças na sociedade. Culturalmente, um super-herói pode ajudar a sociedade a compreender a si mesma, tornando tais mudanças mais amplamente aceitáveis”, diz.
Serviço
A identidade secreta dos super-heróis. De Brian J. Robb (Valentina, 304 páginas, R$ 34,90)