Versão adulta é mais imatura

Publicação: 15/06/2017 03:00

Com toda a popularidade de Baywatch, é quase de se estranhar que ninguém tenha se arriscado antes em levar a franquia ao cinema. Na nova versão, Dwayne Johnson substitui Hasselhoff no papel de Mitch Buchannon, chefe da equipe de salva-vidas da praia de Emerald Bay, na Flórida. Encarando o emprego como algo além de vigiar os mares, ele tenta desmascarar uma organização criminosa que distribui drogas na orla e comete assassinatos.

A postura idealista de Mitch e as situações surreais vistas na praia são premissa interessante que poderia render uma comédia absurda como Corra que a polícia vem aí (1988). Mas o filme dirigido por Seth Gordon (Quero matar meu chefe) consegue apenas ser versão extrema de uma série involuntariamente caricata. Entre os pontos que se salvam, a atuação divertida de Dwayne e a performance irritante de Zac Efron, que desde Vizinhos (2014) tem mostrado vocação para papéis de tipos inconvenientes e imaturos. Kelly Rohrbach, a nova C. J. Parker, interpretada originalmente por Pamela Anderson, também mostra carisma e timing para o humor, embora o roteiro acabe recorrendo a estereótipos sexistas.

O filme tenta enveredar por um humor supostamente mais adulto, com piadas gráficas sobre ereções, vômito e temas pouco sutis. Os closes em seios das atrizes e corridas em câmera lenta, marca da série, talvez até fossem relativizados nos anos 1990, mas parecem equivocados na versão atual, mesmo quando se tenta criticar o recurso.