PERFIL » Elizabeth pronta para trama de Pega pega

Publicação: 22/07/2017 03:00

“Estou cercada por mulheres.” A frase mostra a atual fase da carreira de Elizabeth Savala. A atriz está em turnê pelo país com o espetáculo A.M.A.D.A.S., de Regina Antonini, e se prepara para voltar às novelas a partir do capítulo 60 de Pega pega, escrita por Cláudia Souto. No folhetim da Globo, Elizabeth será Arlete e vai contracenar com Nicette Bruno (Elza) e Cristina Pereira (Maria dos Prazeres), que serão irmãs dela, e com Irene Ravache (Sabine), com quem viverá um triângulo amoroso ao lado de Marco Caruso (Pedrinho).

Antes de estrear, Pega pega chegou a ser anunciada com outro título — Pega ladrão. Mas a possível ligação com a situação política brasileira poderia “atrapalhar” a trama. Para Elizabeth, que já foi ativista política, a mudança foi positiva, pois as pessoas “estão cansadas do que veem no noticiário e não refletem antes de se posicionar”.

Fazer política, para ela, vai além de ligações partidárias e pode passar pela arte. Elizabeth já encabeçou projetos sociais como o Teatro de Graça na Praça, nos anos 2000. Contava com o apoio local de prefeituras, mas não com patrocínio.

Entrevista // Elizabeth Savala

O que pode adiantar da trama que envolve a personagem Arlete, em Pega pega?
Só sei que entro carregando um segredo que pode salvar o Julio (Thiago Martins), mas não sei o que é. Pega pega é deliciosa. Uma comédia que remete à Sessão da tarde pelo humor dos anos 1950, 1960. A Cláudia Souto é magnífica. Foi colaboradora de Walcyr Carrasco, que é uma grande paixão minha, em várias novelas em que eu estive. O Caruso é um doce e estou ansiosa para trabalhar pela primeira vez com a Ravache, de quem sou fã desde Beto Rockfeller.

Alguns atores se posicionam publicamente sobre política. Como você se comporta diante do debate político?
As pessoas hoje comentam tudo como se fosse um eterno Fla x Flu, e não é bem assim. Houve um tempo em que eu falava o que pensava e me posicionava. Hoje não. Curto uma coisa ou outra no Facebook e pronto. Valia a pena se expor quando tínhamos pessoas da envergadura de Ulysses Guimarães. Agora não. Só não gosto quando dizem que todos os políticos são farinha do mesmo saco. Não são. Tem gente querendo fazer coisas boas, mas sozinhos não conseguem. E os eleitores têm que entender também que são eles que colocam os políticos no Congresso.

De que forma você avalia a sociedade brasileira?
Estou chocada com o ser humano. Tenho visto um retrocesso muito grande com relação às relações humanas. Outro dia eu voltava para casa e, ao passar pela Lagoa Rodrigo de Freitas, comentei com o taxista que estava abismada com a quantidade de lixo na orla. Ele me disse que era porque havia tido uma festa ali no dia anterior. Mas o que custa cada um cuidar do próprio lixo, levando um saquinho? Chamou-me a atenção ver os japoneses recolhendo o lixo de toda a arquibancada depois de um jogo na Copa do Mundo, mesmo o da outra torcida. Isso é coletivo!. Daria até para ser (pessimista) porque ouço desde sempre que o Brasil é o país do futuro, mas não vejo nunca esse futuro chegar. Mesmo assim ainda acredito no povo brasileiro. Somos alegres, felizes, apesar de tudo. Precisamos é resgatar essa nossa essência.